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Livraria Martins Fontes

[Resenha] Parafusos – Ellen Forney

Publicado em 13 jun, 2015

Parafusos – Mania, Depressão, Michelangelo e Eu
[Memórias em Quadrinhos de Ellen Forney] – Ellen Forney
ISBN-10: 8578278909
Ano: 2014
Páginas: 256
Idioma: português
Editora: WMF Martins Fontes
Classificação: 
Página do livro no Skoob

Pouco antes de fazer 30 anos, Ellenn Forney ficou sabendo que sofria de transtorno bipolar. Incontestavelmente maníaca, mas receosa de que os medicamentos a fizessem perder sua criatividade e seu ganha-pão, Ellen deu início a uma luta – que durou anos – para encontrar equilíbrio mental sem perder a si mesma ou a sua paixão.

Resenha:

Baseado em relatos verídicos, “Parafusos” é uma obra autobiográfica escrita pela renomada quadrinista Ellen Forney. O livro é uma graphic novel com riscos que parecem pular na sua cabeça e te sufocar. Esmagar o seu cérebro. Não sei bem como explicar, mas me senti incomodado em incontáveis passagens dessa história. Dá para imaginar você se vendo em alguém com problemas sérios de humor?
Ellen Forney nem completou 30 anos e acaba de ser diagnosticada com transtorno bipolar. Se para você soa estranho ela perceber isso após três décadas de vida, saiba que para ela a surpresa é tão grande quanto para nós. No decorrer dos capítulos ela vai perceber os indícios que sua existência sempre deu. Sua família nada convencional e o histórico que ela carrega trazem pistas de uma árvore genealógica já inserida no quadro. Me parece engraçado o fato de eu ter achado em algum momento anterior a leitura deste livro que saberia o que é ser bipolar. Acho que ninguém sabe ao certo o quão complicado é estar na corda bamba todos os dias. E foi isso que li e conheci. O dia a dia de alguém que luta para se estabilizar e encontrar alguma solução para a inconsistência que é pensar, sentir e até respirar.
Não importa o momento. A intensidade parece guiar todas as experiências de Ellen. Quando ela está feliz é algo explosivo, cheio de cores, de amor e energia. Mas quando a tristeza bate a coisa fica pesada. Depressiva, obscura, realmente assustadora. Quase à beira de um precipício. E quando disse que fiquei incomodado com algumas passagens me refiro as situações em que a entendi mais do que deveria entender. Eu me identifiquei com comportamentos nadas saudáveis. Maníacos mesmo. Tenho certeza que não sofro de bipolaridade, mas acho que a ansiedade e a falta de paciência em muitos casos é algo que compartilho com a protagonista. Preciso contar até dez mais vezes.
Como Ellen é quadrinista, questões envolvendo sua criatividade são grandes ganchos na história. Há uma discussão bastante interessante que guia todo o enrendo. Até que ponto tomar os medicamentos afeta seu processo de criação? Usá-los ou não? A autora intertextualiza todos os artistas,  pintores e escritores que usaram de sua maluquice para fazer arte, ou o contrário, usaram da arte para criarem loucuras. De Michelangelo a Virginia Woolf, a lista é enorme e surpreendente. Uma aula de história e ciência deliciosa. Acreditem, o mundo é feito por doidos.

E até mesmo antes de chegar a esse estágio de debate, há ainda o desenrolar para encontrar remédios que funcionem. Aspecto extremamente doloroso descrito da forma mais fiel possível. É triste tentar e fracassar. Ellen vai errar muito até entrar nos eixos. Novos remédios são ruins pelo fato de não serem tão conhecidos. Remédios que já estão na praça há tempos nem sempre servem. Há casos e casos e nossa autora parece ter embarcado em muitos caminhos errados até seguir viagem pela estrada correta.Quanto a parte gráfica, os traços são grossos, obscuros e transmitem exatamente o que devem. A única coisa que me deixou zonzo durante a leitura foi o excesso de informação que acompanha várias páginas. Percebe-se que a ideia é essa mesmo, afetar o leitor com a confusão que habita a mente da Ellen.

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