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[Resenha] Todo dia – David Levithan

Publicado em 16 jan, 2014

Todo dia – David Levithan
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501099518
Ano: 2013
Páginas: 280
Classificação: 
Página do livro no Skoob

Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Resenha:
Chega a ser absurdo o modo como me identifiquei com essa estória, mais precisamente com o personagem principal, o A. Todos os seus pensamentos e opiniões de alguma forma me representaram, em praticamente todas as situações, quase uma extensão de mim. Como vocês podem imaginar, o meu primeiro contato com a escrita do Levithan acabou sendo maravilhosa.

Tudo que A tem é o amanhã. A cada despertar o nosso protagonista se encontra em um novo corpo, vivendo uma nova vida, completamente diferente da que viveu ontem. Tem sido assim desde que nasceu e não há uma explicação para isso. Ele é uma espécie de hospedeiro indesejado, um andarilho. Ele pode ser uma garota hoje, um garoto amanhã, o corpo em si não importa, muito menos a raça, sexualidade ou religião, mas toda a complexidade que envolve ser alguém diferente todos os dias. Ele é ele mas é outra pessoa também. O passado não ofusca-lhe e o futuro não trás motivações. Ele nunca terá um relacionamento verdadeiro, construirá laços duradouros ou confiará segredos a alguém.

Ele está só de passagem e o presente é o seu eterno destino. Conhecimento é a única coisa que leva consigo quando vai embora. Sua missão é enfrentar o dia sem mudanças que causem interferências na vida da pessoa. De duas coisas ele tem certeza: são sempre jovens com a mesma idade que a sua, 16 anos, que geralmente não lembram de nada sobre o dia em que emprestaram sua existência. Há apenas uma ideia vaga de como o dia fora sem grandes detalhes específicos. E nunca o mesmo corpo, não há repetição. Ao acordar no corpo de Justin, acessar sua mente e conhecer Rhiannon, sua namorada, que parece feliz e infeliz ao vê-lo, A vai experimentar algo arriscado que já não deu certo uma vez, ele permite apaixonar-se por essa garota tão ignorada pelo próprio namorado. Ele resolve passar um dia fora da rotina de Rhiannon, quebrando regras e fazendo algo que Justin nunca foi capaz de proporcionar para a garota. Ele ousa uma proximidade que vai além da física. Uma sensação eufórica que o fará questionar aquilo que já estava acomodado em sua vida: a  forma como ela funciona. Ele não está pronto para partir. Ele encontrou alguém que vale o esforço de ficar. De retornar, mas um novo dia começa e ele não é mais Justin. A vai começar a interferir na vida de todos que habita para se aproximar de Rhiannon, por estar sempre no controle ele não espera que algo saia do esperado. Até que sai. Há um meio de ter um futuro com Rhiannon? E se houver pessoas na mesma situação de A?

A cada capítulo acompanhamos um dia diferente na vida de A, ou seja, um corpo novo, com problemas novos, situações novas e cada uma dotada de suas próprias particularidades. Além da escrita fácil e sábia do autor, os vários personagens que conhecemos em cada novo dia fazem da estória algo único, inusitado até. O protagonista passa por realidades distintas que acrescentam e muito em seu modo de ver o mundo, os pontos que chamam atenção são fundamentais e fazem do livro uma obra prima, de verdade. Três jovens em especial me chamaram atenção: uma garota cega, que mostrou ao A como o mundo é individualista e o quão desafiador é enfrentar a vida maximizando os sentidos que você possui, quando não se enxerga com os olhos, mas sim com o coração.

Uma garota com depressão, com sua mente inquieta, repleta de pensamentos tristes, fruto de uma realidade onde o ambiente familiar a fez criar um diário com opções de suicídios. Cicatrizes internas e externas, distorcidas. E por último, um garoto obeso que esqueceu de si próprio e se perdeu no mundo, em seus 150kg. A narrativa me fez questionar, de fato, se ter outra vida seria a solução de algum problema e, todas as críticas são tão fundamentadas em bases que defendo e apoio que é impossível não terminar uma leitura como essa sem sentir-se realizado. O ritmo de leitura se torna rápido movido pela curiosidade em saber qual vida espera por A na próxima página.

“É somente nos pontos mais delicados que fica complicado e controverso, a incapacidade de perceber que,  não importa qual seja nossa religião, sexo, raça ou localização geográfica, todos nós temos cerca de 98 por cento em comum com todos os outros. Sim, as diferenças entre homens e mulheres são biológicas, mas se você observa a biologia como uma mera questão de porcentagem, não há muita coisa diferente. A raça é diferente apenas como uma construção social, e não como uma diferença inerente. E quando à religião, quer você acredite em Deus, Javé, Alé ou qualquer outra coisa, é provável que, em seu coração, vocês queiram a mesma coisa. Por uma razão qualquer, nós nos concentramos nos dois por cento da diferença, e a maior parte dos conflitos que acontece no mundo é consequência disso.” Mega trecho porém necessário de ser compartilhado da página 70.

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8 Comentários

  • Bruna Souza
    07 fevereiro, 2014

    Adorei o enredo da história, a resenha e o trecho que você postou do livro. É a primeira resenha que leio desse livro, e acho que vou ler o mais breve possível. Simplesmente amei!

  • GonçalvesSue
    03 fevereiro, 2014

    Já li tanta resenha desse livro que já estou apaixonada pelo enrendo, espero que seja tudo que estou imaginando..

  • Andrei Macedo
    24 janeiro, 2014

    Já quero!

  • Lucas Fagundes
    19 janeiro, 2014

    A ideia em si é tão ampla, o autor tem a liberdade de fazer o que quiser, mostrar qual lados quiser… Isso é tão legal! Não é como os outros livros, em que tem o perosnagem principal com apenas os seus problemas! Nesse temos os problemas e dúvidas de qualquer um, do ponto de vista da própria pessoa! Muito bom!
    Ultimamente eu tenho visto muitas resenhas positivas sobre esse livro e não tive escolha: tive que comprar. Espero que eu goste tanto quanto você gostou!

    Abraços,
    http://claqueteliteraria.blogspot.com.br/

  • Larissa
    16 janeiro, 2014

    Adorei a resenha, quando li a sinopse e descobri um pouco sobre o autor fiquei curiosa, eu já to com ele na minha lista faz um certo tempo espero que esse ano eu consiga comprá-lo

    • Felipe Miranda
      Rodolfo
      19 janeiro, 2014

      Boa sorteeee! Vale a pena o investimento 🙂

  • Alessandra
    16 janeiro, 2014

    Eu já tinha visto uma galera elogiando esse livro no twitter, mas ainda tinha um pé atrás com ele. Sei lá,achava que era só uma febrezinha do momento, mas foi o trecho que tu escolheu que fez com que eu colocasse o pé pra frente hahaha.
    Vai ser uma das minhas próximas compras, COM CERTEZA!

    bjs
    http://confraria-cultural.blogspot.com.br/

    • Felipe Miranda
      Rodolfo
      19 janeiro, 2014

      Ele é cheio de passagens incríveis, quis colocar mil quotes na resenha ahahhahaha