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“Uma Mulher no Escuro”, de Raphael Montes, é suspense sexual e viciante sobre tragédia familiar

Publicado em 27 mar, 2020

Uma mulher no escuro – Raphael Montes
ISBN-13: 9788535931761
Ano: 2019
Páginas: 256
Editora: Companhia das Letras
Classificação: 

Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa, Rio de Janeiro. Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar. Obrigada a enfrentar sua própria tragédia, Victoria embarca em uma jornada de amadurecimento e descoberta que a levará a zonas obscuras, mas também revelará as possibilidades do amor. Um psiquiatra, um amigo feito pela internet e um possível namorado — qual dos três homens está usando tudo o que sabe para aterrorizar a vida de Vic? E o que afinal ele quer com ela?

 

Já li todos os livros do Raphael Montes, me considero fã e realmente o indico para qualquer um que perguntar sobre autores nacionais e histórias de suspense. Apesar de não gostar nem um pouco da capa de Uma Mulher no Escuro – e muito menos do título (talvez pelo ranço de livros como A Garota no Trem e uma Mulher na Janela), o livro entrou para o meu top 3 do escritor. Suicidas ainda é meu predileto e Jantar Secreto ocupa o segundo lugar. O que podemos esperar dessa vez? O que Montes melhor sabe fazer: criar uma teia de acontecimentos macabros que fazem qualquer um achar a espécie humana algo assustador demais.

Victoria Bravo é uma sobrevivente. Aos 4 anos de idade ela viu a família inteira ser assassinada dentro de casa. Perseguidos, mortos e pichados. Isso mesmo. Tinta spray preta por todos os lados. Sangue. Muito sangue. Quem ela se tornou eu não sei dizer ao certo. Victoria é insegura, isolada e anti social. Carrega nas costas um passado triste demais. Eu a classifico como a personagem mais sem sal que o Montes já escreveu. Totalmente justificável pela construção narrativa, mas ele balanceia bem com o time de personagens absolutamente insanos que compõem a história.

20 anos após a fatídica noite, o assassino menor de idade que não chegou a passar um mês na prisão retorna. Santiago é seu nome. No apartamento aparentemente seguro da protagonista, uma mensagem pichada na parede a coloca em alerta. Pavor instaurado com sucesso.

Temos uma corrida contra o tempo. Enquanto Victoria tenta se proteger, seu passado retorna com tudo. Como um soco. Em forma de um diário escrito por Santiago na época em que cometera o crime contra a família Bravo.

Trata-se de um livro com poucos personagens – e, pasmem, todos possuem um valor inestimável para a resolução das coisas. A parte ruim é que na exata metade do livro deduzi coisas que realmente não sei se foram propositais por parte do autor. As últimas 50 páginas são de reviravoltas de tirar o fôlego, talvez até muitas para as poucas páginas escritas. Gostaria de ter lido mais em algumas passagens. 

Arroz é o melhor amigo de Victoria. Um tipo de nerd meio desajustado que é apaixonado por ela, mas não tem a mínima chance. Eles desenvolvem uma relação conveniente para os dois – que insistem em não contar muita coisa sobre suas próprias vidas. 

Dr. Max é o psicólogo de Victoria – um homem centrado e maduro que se torna próximo da protagonista. É uma figura meio paternal mesmo sem ser tão mais velho que ela. 

Georges era apenas um cliente assíduo do café em que Victoria trabalhava, até que os dois trocam telefones e começam a sair. Se torna a única pessoa em que ela realmente se abre, confia e conta segredos.

E como uma boa história de suspense, não faltam segredos. Eles são bem desconfortáveis, dolorosos e cruéis. O diário de Santiago é responsável por expelir boa parte deles e guia o enredo de forma hipnotizante. Eu poderia falar por horas sobre esse diário, mas spoilers não são bem-vindos nesse site. A história alterna entre presente e passado, narrado em terceira pessoa e primeira, respectivamente. O texto é estupidamente sexual e relaciona bem a tríade infância, fragilidade emocional e sexo. Muito sexo. Sexo errado.

Montes cumpre bem o papel de entreter. Consigo enxergar tudo isso em uma tela de cinema ou, até melhor, em uma série de TV. Li tudo em uma tarde-noite. Não há possibilidade alguma de demorar neste livro. É viciante.

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