Para entender o quão cobiçado são os livros do Daniel Galera por mim, basta dar uma lida rápida em seu perfil e perceber a grandiosidade do autor:
“Nasceu em 1979, em São Paulo. Filho de gaúchos, passou a maior parte da
vida em Porto Alegre. Escritor e tradutor de literatura contemporânea de
língua inglesa, foi um dos criadores da editora Livros do Mal, por onde
lançou seu livro de estreia, Dentes guardados (2001), e a primeira
edição de Até o dia em que o cão morreu (2003), adaptado para o cinema
por Beto Brant e Renato Ciasca como Cão sem dono (2007). Seu romance
Mãos de Cavalo (2006) foi incluído na lista de leituras do vestibular da
UFG por três anos consecutivos. Cordilheira (2008) recebeu o prêmio
Machado de Assis de Romance, da Fundação Biblioteca Nacional, e foi
terceiro lugar na categoria Romance do prêmio Jabuti. É autor também do
álbum em quadrinhos Cachalote (2010), com o desenhista Rafael Coutinho.
Seus livros e contos foram adaptados para cinema, teatro e histórias em
quadrinhos. No exterior, os direitos de sua obra foram vendidos para
países como Inglaterra, Estados Unidos, França, Itália, Argentina,
Portugal, Romênia e Holanda.”
E para firmar de vez, acabando com qualquer dúvida que ainda possa existir em sua mente, em relação a ler ou não seus livros, confiram a sinopse de Barba Ensopada de Sangue, vencedor do Prêmio São Paulo de LiteraTura 2013:
Um professor de educação física busca refúgio em Garopaba, um pequeno balneário de Santa Catarina, após a morte do pai. O protagonista (cujo nome não se conhece) se afasta da relação conturbada com os outros membros da família e mergulha em um isolamento geográfico e psicológico. Ao mesmo tempo, ele empreende a busca pela verdade no caso da morte do avô, Gaudério, que teria sido assassinado décadas antes na mesma Garopaba, na época apenas uma vila de pescadores. Sempre acompanhado por Beta, cadela do falecido pai, o professor mergulha na investigação sobre o misterioso Gaudério, esquadrinhando as lacunas do pouco que lhe é revelado, a contragosto, pelos moradores mais antigos da cidade. Portador de uma condição neurológica congênita que o obriga a interagir com as outras pessoas de um modo peculiar, o professor estabelece relações com alguns moradores – uma garçonete e seu filho pequeno, os alunos da natação, um budista histriônico, a secretária de uma agência turística de passeios. Aos poucos, ele vai reunindo as peças que talvez lhe permitirão entender melhor a própria história. É também com lacunas e peças aparentemente díspares que Galera constrói sua narrativa alternando descrições sutis e detalhamento com diálogos ágeis e de rara verossimilhança, que dão vida a um elenco de personagens. ‘Barba Ensopada de Sangue’ se propõe a resgatar e levar às últimas consequências temas e conflitos das obras anteriores do autor tais como – a construção da identidade e, nesse processo, as dificuldades que se enfrenta para entender e reconhecer os outros; a necessidade inconfessa de uma reparação talvez inviável; a busca pela unidade entre mente e corpo; o consolo afetivo que o contato com a natureza e os animais é capaz de proporcionar; os diversos tipos de violência que podem irromper em meio a uma existência domesticada.
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