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[Resenha] Na teia do morcego – Jorge Miguel Marinho

Publicado em 08 jul, 2014

Na teia do morcego – Jorge Miguel Marinho
Editora: Gaivota
ISBN: 9788564816299
Ano: 2012
Páginas: 256
Classificação: 
Página do livro no Skoob / Compre!

Se o herói desta inquietante narrativa é ou não o mesmo Batman das histórias em quadrinhos, este é o grande desafio para o leitor. Será que o conhecido Cavaleiro das Trevas se mudou para o centro de São Paulo e, por razões íntimas, não pretende retornar a Gotham City? Neste livro ele revela a sua máscara mais humana e vive uma aguda crise existencial: ser ou não ser herói. Pode ser ele o assassino de Abigail Aparecida Chaud ou qualquer um dos outros personagens que são flagrados por uma luneta cruel e formam um painel, vivendo na atmosfera agitada e penumbrosa de uma metrópole igualmente cruel. Jovens curiosos, velhos solitários, pessoas desvalidas, seres entusiasmados e tantos outros, todos eles são suspeitos do crime e vítimas da existência pelo simples fato de existir.

Resenha:
O Batman que todos nós conhecemos das histórias em quadrinhos é o protagonista da trama escrita por Jorge Miguel Marinho. Apesar de todos os indícios e histórico de vida semelhantes, o homem morcego aqui em questão poderia ser qualquer um fantasiado, louco e atormentado pelas mazelas da vida.

Batman não está no melhor momento de sua existência, atormentado por uma crise pessoal profunda, seu senso de justiça exagerado será responsável por transformar a grande São Paulo em um verdadeiro caos. Sim, São Paulo! Você estava esperando que a ambientação fosse em Gotham City? Pois bem, o cenário mudou e o tempo está fechado, sombrio. Perseguindo quadrilhas, prostitutas e marginais, Batman provocará apagões e incidentes capazes de paralisar por completo uma cidade inteira. Ele acaba sendo por muitas vezes injusto e indelicado em suas ações devido a melancolia que tomou conta de seu ser e o apelido de Cidadão Tristeza que ganhara. Suas aparições são sempre à noite acompanhadas de uma luz azul intensa. O Cavaleiro Solitário não consegue entender como outras pessoas resolveram traçar seu destino sem seu companheiro Robin. Sua vida não pode ser uma revista com começo, meio e fim…

Apesar de Batman ser o protagonista da trama o foco da narrativa é voltado para a resolução de um crime. Abigail Chaud aparentemente se suicidara ao despencar da sacada de seu apartamento. Quando pistas indicam um possível homicídio, o investigador particular Frederico Schermann tem um trabalho a fazer. Abigail mantinha o hábito de “invadir a intimidade alheia” com sua inseparável luneta. A verdade é que a garota deixava todos inquietos e no decorrer das páginas vamos descobrir que quase todos os moradores do prédio teriam motivos para matá-la. Ou não.

O halterofilista Frank não se lembra de onde estava na noite em Abigail foi morta. A professora de literatura Sônia é boa em esconder detalhes de sua vida, exemplo disso é o total sigilo de seu antigo relacionamento com um aluno. André sofre de uma doença de pele que o torna amarelo. O maior problema é o fato da cor estar se expandindo para seu apartamento e adjacências… Há boatos de que o marido da síndica já fora vítima dos encantos da falecida Abigail, o casal esconde sérios segredos em seu apartamento. A garota de programa Peggy Lee classifica o Batman como uma verdadeira “doçura” de pessoa. O fato é que eles estão sendo observados por uma certa luneta e todos seriam capazes de matar um aos outros. A mídia e a população dividida tentam descobrir quem é o mascarado das redondezas, assim como o próprio Batman, que procura a si mesmo na escuridão de seus pensamentos.

“Travam as janelas, colocam armadilhas, incitam a polícia e a opinião pública. Mal sabem eles que a luz da minha capa é a única claridade nas trevas de cada um.” Trecho da página 160

Muito além dessa premissa maravilhosa a instigante, Na Teia do Morcego é um livro para ser visto. A diagramação é impecável e recheada de canais de comunicação responsáveis por narrar a estória das mais variadas formas: manchetes de jornais, intimações, ligações, e-mails, cartas, o diário do próprio Batman, transcrições de gravações, declarações e entrevistas. Temos uma visão ampla de todos os envolvidos e mergulhamos na mente de cada um. Nas mentiras de cada um. O ritmo é frenético, a escrita é divertida e as desventuras que acompanhamos são muito reais. Meu aspecto favorito na leitura foi o lirismo presente nas narrações do Batman, ele se mostra sensível, reflexivo e extremamente perdido. O desfecho promete grandes e inesperadas surpresas.

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