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Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de PKD, reflete sobre empatia humana e evolução tecnológica

Publicado em 14 abr, 2018

Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? – Philip K. Dick
ISBN-10: 8576571609
Ano: 2018
Páginas: 272
Idioma: português
Editora: Aleph
Classificação: 
Página do livro no Skoob

Rick Deckard é um caçador de recompensas. Ao contrário da maioria da população que sobreviveu à guerra atômica, não emigrou para as colônias interplanetárias após a devastação da Terra, permanecendo numa San Francisco decadente e coberta pela poeira radioativa que dizimou inúmeras espécies de animais e plantas. Na tentativa de trazer algum alento e sentido à sua existência, Deckard busca melhorar seu padrão de vida até que finalmente consiga substituir sua ovelha de estimação elétrica por um animal verdadeiro – um sonho de consumo que vai além de sua condição financeira. Um novo trabalho parece ser o ponto de virada para Rick: perseguir seis androides fugitivos e aposentá-los. Mas suas convicções podem mudar quando percebe que a linha que separa o real do fabricado não é mais tão nítida como ele acreditava.

Resenha:
Quando li, há quatro anos atrás, a obra Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial, eu sabia que havia ganho um autor predileto. Hoje, pós-leitura do livro que originou Blade Runner, só posso afirmar que Philip K. Dick era maluco. Estou falando de um livro lançado em 1968.  Um livro cuja história se passa em 2019. Um livro que inspirou todo o universo sci-fi. Um livro que me fez refletir sobre a falta de empatia humana usando como argumento animais mecânicos e androides.

Mas vamos por partes.

Após uma guerra nuclear poucos seres humanos permaneceram na Terra. Boa parte da população agora vive em Marte junto a androides contruídos para trabalhar em grandes explorações espaciais. No meio disso tudo, humanos com QI abaixo do esperado foram proibidos de deixar o planeta e agora vivem à mercer de sintetizadores de emoções: aparelhos tecnológicos capazes de configurar sentimentos. Se você sentiu um tom melancólico aqui, acertou. Há depressão nessa existência pela metade. O cenário que eu construí na cabeça era, sobretudo, triste. De ecos e sombras.Apocalíptico.

E um detalhe que assusta: nessa realidade já não existem mais animais de verdade. Para suprir necessidades de afeto foram criadas versões mecânicas dos bichinhos de estimação. Algo que virou questão de status social. Ter um animal de verdade, ou ao menos fingir que ele ainda é de carne e osso, te posiciona na sociedade. Nada diferente do que vivemos hoje, né? Basta substituir os bichanos por iPhones? Cada vez mais caras e impressionantes, essas réplicas são tão perfeitas quanto os famosos andys, os androides rebeldes que fugiram de Marte para viverem entre os terráqueos… Eles querem apenas viver suas vidas, ué. Possuem independência suficiente para isso. É de arrepiar.

Então temos Rick Deckart, um caçador de recompensas que enfrenta uma crise existencial assim que aceita a missão de exterminar seis androides (andys) Nexus-6. Eles são considerados perigosos e precisam ser destruídos. A grande questão é que alguns deles estão tão inseridos na vida na Terra que a única forma de descobrir suas verdadeiras identidades é através de um teste de empatia chamado escala Voigt-Kampff.

Até parece que a investigação vai tornar a história uma trama policial regada a morte e suspense, mas o que chama atenção nas quase 300 páginas do livro é mesmo o tom existencialista e religioso que PKD apresenta diante dessa situação. Se os androides possuem certo tipo de consciência e constroem suas próprias narrativas individuais na Terra, como pode ser aceitável, correto ou humano matá-los? Não será fácil diferenciar humanos de androides e o próprio Deckart  vai duvidar de suas origens. Nesse ponto tudo fica muito interessante pelo simples fato de que qualquer um pode ser um robô com memórias implantadas. É bizarro, é black mirror.

É tudo o que imagino para o um futuro de tecnologias absurdas em constante evolução. E o que mais impressiona é que há 50 anos esse assunto já estava em pauta. A edição que tive em mãos durante essa leitura foi a especial de cinco décadas lançada pela Editora Aleph. O livro tem conteúdos extras e ilustrações incríveis espalhadas pelos capítulos. Artistas do mundo todo foram convidados para essa versão de aniversário e o resultado é de babar. Vale a pena ter esse clássico na estante!

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