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Listamos 10 bons motivos para ler “A Mãe, A Filha e o Espírito da Santa”, de PJ Pereira

Publicado em 16 jan, 2018

A Mãe, A Filha e o Espírito da Santa – PJ Pereira
ISBN-10: 8542209737
Ano: 2017

Páginas: 496
Editora: Planeta
Classificação: 
Página do livro no Skoob

Do mesmo autor da trilogia best-seller Deuses de dois mundos, o romance A mãe, a filha e o espírito da santa é uma fábula de fé e manipulação, e também um thriller sobre a desvairada religiosidade brasileira. O primeiro anjo deu a ela o poder da palavra. O segundo, o dom do milagre. E o terceiro, que sentiu pena da menina, ofereceu a escolha. Foi aí que danou-se tudo. Inspirado por casos reais de abuso religioso ao redor do mundo, o escritor PJ Pereira volta agora com uma história sombria, violenta e por vezes engraçada do despertar de uma mulher que, conforme relatos, foi anunciada pelos anjos como a nova Messias. A história começa na cidade maranhense de Codó, onde nasce Pilar, filha de uma mãe de santo do terecô. De lá, segue rumo a Brasília, onde conhece o misticismo new age e as igrejas evangélicas, e chega a São Paulo para se tornar a líder espiritual mais poderosa do país.

 

Esse livro pede uma resenha diferente. Sinto que ele não merece ser resenhado da forma comum que sempre faço por aqui. Uma obra de quase 500 páginas devorada em duas semanas merece ser vendida. Divulgada de uma forma que todos os leitores que a conheçam descubram cada mísero detalhe que faz dela uma história tão marcante. Eu me apaixonei a cada capítulo e fase da história de Pilar e vocês merecem ter essa experiência.

Ri de gargalhar,
Fui dormir de luz acesa de medo
E abaixo listo algumas considerações sobre a obra de de PJ Pereira.

 

1- Pilar cresceu sob olhares. Ao nascer ela era vista como a nova Messias. A criança enviada para salvar a humanidade ou apenas transformá-la, a última opção é mais próxima do que acompanhamos no livro. Pilar faz e acontece. Ela é santa e faz milagres. É pastora e faz milagre. É uma jovem que se descobre mulher. E mesmo com seu pulso forte e personalidade irreverente, sofre. Prepare o seu estômago para estupros, assassinatos e perseguições. Sua passagem na terra é digna de cinema.

2- A fé dos personagens vai te arrebatar do início ao fim. Sabe aquele arrepio que só a crença em algo causa? Eu terminei a leitura entendendo melhor como algumas instituições religiosas funcionam. Da Igreja Católica e Evangélica com suas missas e cultos espetaculares (de espetáculo/show mesmo) aos rituais de oferenda e música das religiões de matriz africana. É tudo muito complexo e simples ao mesmo tempo. O autor domina o assunto e traduz a temática de um jeito único. Sombrio acima de tudo.

3- A história se passa entre o Maranhão, o Rio de Janeiro e a Brasília dos anos 70 e 80. Você vai ler uma história escrita com sotaque e isso me levou para mais perto de cada cenário. Os rituais e cultos com pais de santo, por exemplo, são de causar taquicardia. Sabe quando alguém vai num terreiro tentar contato com alguém que já foi embora desse plano? Pilar é uma mãe de santo e vai transformar o dom (?) em dinheiro. Ela vai incomodar a igreja católica da pequena Codó, no interior do Maranhão, e vai precisar ir embora num Circo com o que restou de sua família. Algo nela faz as pessoas crerem em tudo que diz. Ela tem influência, acredita no que prega e não tem medo de nada. Ela tem medo de tudo.
4- Preciso dizer que o enrendo também trata de mágoas e descobertas pessoais. É lutando contra a miséria e as dificuldades de um país em desenvolvimento que Pilar e sua família percorre o Brasil tentando um local para se estabelecer. O preconceito religioso rege bons capítulos aqui. É de assustar. Os orixás (deuses africanos) são tão protagonistas quanto Pilar.
5- Quebra de paradigmas. Sexo, sexo e sexo. Sexo oral, anal, a dois e em grupo. Sexo como degrau para o amadurecimento. Sexo como forma de contato com forças divinas. Sexo como castigo e presente. Pilar aprende e ensina. Sofre e se entrega ao ato sexual porque ela é humana e santa. Porque ela pode muito bem ser a mentora da primeira comunhão de um grupo de adolescentes pelo dia, como também pode ser uma puta insana pela noite.

6- Ficção ou não ficção? O autor admite que usou de sua imaginação em pontos da narrativa, mas também aponta uma longa pesquisa de campo para descrever o cenário religioso no Brasil. Qualquer um que ler A Mãe, A Filha e o Espírito da Santa vai perceber a similaridade com o que vemos em igrejas, showmícios, nas ruas e na própria TV. O relacionamento do homem com a fé é confuso. Atos não justificam meios e fins. Temos aqui um mergulho nos bastidores da fé brasileira e seus abusos.

7- Pilar da Anunciação vai trazer homem dos mortos e causar rebuliço por onde passa. Toda vez que ela receber um encantado você vai se arrepiar e querer ler em voz alta o que o filho de Oxum está dizendo. Palavras que nem a própria Pilar lembrará, mas nós leitores sim. A narrativa cinematográfica faz a gente imaginar a protagonista numa tela de cinema. Torço por isso. Alô Netflix! Transforma essa saga numa série, por favor!

8- Pastores fingindo santidade e leis divinas que crucificam o amor. Pilar representa tudo que algumas escrituras sagradas abominam. Ela vai se relacionar com homens e mulheres e descobrir que o amor da vida dela talvez não esteja na bíblia, por exemplo. Ela vai matar e morrer por seus sonhos. Talvez ela não se importe de destruir alguns pelo caminho… Na verdade, a fé retratada na obra é responsável por fazer com que pessoas percam empregos, lares e a própria vida.

9- Ao fim de tudo você será outra pessoa. Você será alguém que por um período de tempo acompanhou uma história que com certeza se repete com frequência. Não por completa, mas por partes. A fé que move multidões é a mesma que fez de Pilar uma das personagens mais incríveis da literatura brasileira. Não minto. Quero presentear a todos com esse livro. Meses após a sua leitura me sinto eufórico da mesma forma que estava enquanto o devorava no transporte público, entre os intervalos de tempo livre.

10- Favoritei o livro e quero relê-lo em breve.

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