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Livraria Martins Fontes

[Resenha] Na Estrada Jellicoe – Melina Marchetta

Publicado em 01 jul, 2016

Na Estrada Jellicoe – Melina Marchetta
ISBN-10: 8555340012
Ano: 2016
Páginas: 296
Editora: Seguinte
Classificação: 
Página do livro no Skoob

A pequena cidade de Jellicoe, na Austrália, vive uma guerra territorial travada entre três grupos: os estudantes do internato, os adolescentes da cidade e os alunos de uma escola militar que acampa na região uma vez por ano. Taylor é líder de um dos dormitórios do internato e foi escolhida para representar seus colegas nessa disputa. Mas a garota não precisa apenas liderar negociações: ela vai ter que enfrentar seu passado misterioso e criar coragem para finalmente tentar compreender por que foi abandonada pela mãe na estrada Jellicoe quando era criança. Hannah, a única adulta em quem Taylor confia e que poderia ajudar, desaparece repentinamente e a pista sobre seu paradeiro é um manuscrito que narra a história de cinco crianças que viveram em Jellicoe dezoito anos atrás.

Resenha:

Posso perfeitamente resumir a minha relação com esse livro como um misto de amor e ódio. Ao mesmo tempo em que me vi completamente envolvido com os personagens, pude sentir um desespero genuíno em alguns capítulos por não entender absolutamente nada do que se passava.
A história é dividida em duas narrações. Uma, acompanhando tudo que acontece agora, e outra, relembrando de forma não cronológica a vida de cinco personagens que até certo ponto da trama fazem parte de um manuscrito escrito por Hannah. Hannah, uma das poucas adultas que existem no livro e  que desapareceu sem dizer para onde ia, deixando nossa protagonista insuportável. Se preparem para detestar com todas as suas forças essa garota: Taylor.
Taylor está a procura de sua mãe. A mãe que a abandonou anos atrás. A mãe que ela tanto sente falta e muito pouco lembra ou sabe. Hannah é sua tia e por alguma razão as duas não se dão bem. Hannah assumiu a missão de nunca tentar substituir a irmã e acabou construindo uma grande parede entre ela e Taylor. É quando Hannah some sem dar explicações que Taylor percebe a importância dela em sua vida e como precisa mudar comportamentos e se abrir.
Mas não é isso que guia o enrendo: é o exagero. A escola em que Taylor estuda é dividida em Casas. Cada uma possui uma líder e Taylor é a chefe de todas elas. Os estudantes vivem num local afastado de Jellicoe, que é onde a história se passa, e disputam territórios com outras escolas. É aqui que o exagero aparece. Aparentemente as competições não possuem limites. Existem brigas corpo a corpo, fronteiras, mapas e todo um regulamento de regras e punições. É uma tradição, algo que acontece há muito tempo e totalmente por baixo dos panos. Nenhum professor ou autoridade conhece esse lado perigoso de Jellicoe e adjacências. Com o sumiço de Hannah e uma iminente guerra entre as escolas, Taylor precisará de forças e apoio para derrotar o inimigo e entender o seu passado, tão distante e ao mesmo tempo tão próximo a ela.
E claro que o inimigo é uma história de amor não muito bem resolvida. Taylor e Griggs fugiram juntos da cidade anos atrás. O relacionamento relâmpago acabou antes mesmo deles embarcarem num trem para longe, mas tudo que dividiram e sentiram nesse curto espaço de tempo parece ter deixado brechas e memórias bonitas para serem cultivadas. Revividas. É delicioso de acompanhar essa rixa de amor. Tudo fica muito mais divertido com o clima irônico que uma guerra permite.
O manuscrito escrito por Hannah é o culpado pelos meus momentos de confusão. Não existe uma introdução aos personagens da história criada por ela. As coisas simplesmente vão acontecendo e o leitor precisa se virar para acompanhar o ritmo e o turbilhão de sensações que Webb, Tate, Narnie, Fitz e Jude vivem numa Jellicoe de 18 anos atrás. Quando Taylor entende o que esse texto deixado para trás por Hannah significa, tudo fica mais claro para o leitor também. Mas até isso acontecer, metade do livro já se passou.
Na busca de Taylor pelo seu passado, ela cresce. Cresce porque entende o quão necessário é pensar no presente também. A garota que tanto odiei nos primeiros capítulos por tratar mal as pessoas ao seu redor e não entender o egoísmo que exalava se tornou alguém que me fez quase chorar no desfecho de tudo isso. Na Estrada Jellicoe poderia ser melhor digerido se não fosse uma avalanche de muitos acontecimentos ao mesmo tempo. Mas também preciso dizer que os personagens são encantadores. Os secundários são tão importantes. Completam tanto o leque se sentimentos abordados. É o tipo de livro que faz a gente querer relê-lo para entender melhor tudo que deixou passar batido. Melina Marchetta possui outros livros no currículo e não vejo a hora de pode conhecer mais uma de suas histórias.

É engraçado como esquecemos tudo, menos de sermos amados. Talvez seja por isso que os humanos achem tão difícil superar relacionamentos amorosos. Não é a tristeza que eles precisam superar, é o amor.

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