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[Resenha] Fúria Vermelha – Pierce Brown

Publicado em 05 dez, 2015

Fúria Vermelha – Pierce Brown
ISBN-10: 852505822X
Ano: 2014
Páginas: 468
Idioma: português
Editora: Globo Livros
Classificação: 
Página do livro no Skoob

Fúria Vermelha é o primeiro volume da trilogia Fúria Vermelha, e revive o romance de ficção científica que critica com inteligência a sociedade atual. Em um futuro não tão distante, o homem já colonizou Marte e vive no planeta em uma sociedade definida por castas. Darrow é um dos jovens que vivem na base dessa pirâmide social, escavando túneis subterrâneos a mando do governo, sem ver a luz do sol. Até o dia que percebe que o mundo em que vive é uma mentira, e decide desvendar o que há por trás daquele sistema opressor. Tomado pela vingança e com a ajuda de rebeldes, Darrow vai para a superfície e se infiltra para descobrir a verdade. ‘Fúria Vermelha’ será adaptado para o cinema por Marc Forster, diretor de Guerra mundial Z.

Resenha:
Fúria Vermelha é a fantasia que eu gostaria de ter escrito. Definitivamente. Pierce Brown conseguiu maximizar qualquer coisa que imaginarmos sobre aventuras distópicas, épicas e fantásticas. O cara foi além de tudo que já li dentro desse segmento. Ele foi até Marte e não se contentou com isso. Ele dominou o universo em mais de 460 páginas de taquicardia.

Darrow é um mergulhador-do-inferno. Um baixoVermelho que nasceu para usar trajes-fornos nas superfícies subterrâneas de Marte. As víboras-das-cavidades, que habitam a escuridão das minas mais perigosas do planeta, são apenas um dos riscos mortais encontrados pelos vinte e quatro clãs de Lykos. Nessa história, os Vermelhos são a escória da sociedade. Os únicos que dão sangue e suor para se alimentar e sustentar-se. Para sustentar uma causa maior vendida pelo ArquiGovernador. Todos acreditam fazer parte de um grupo pioneiro, cujo objetivo é tornar a atmosfera de Marte habitável para a população da Terra. Uma espécie de sacrifício visto como ato de coragem. A Terra está superpovoada e Marte está em processo de terratransformação.

O que nosso protagonista não considera é o fato de viver privado de liberdade. Eo, sua esposa e amante, enxerga o vazio de perspectivas no qual vivem. A ordem que impera na sociedade é egoísta. Dura. Aqueles que cantam uma específica canção estão fadados a morte. E quando o casal contempla estrelas nos jardins dos superiores, uma punição é imposta. Eles são mortos. Mortos pelos Ouros, a cor dominadora. E quando a morte de Eo desperta em Darrow um ódio desconhecido, os filhos de Ares o apresentam a verdade. A verdade acima de sua cabeça. Acima das minas que labutou durante toda a vida e do chão que sobreviveu à chicotadas quase fatais. Acima de todos os Vermelhos o restante das cores que formam a pirâmide social da humanidade vivem no futuro. No futuro que os Vermelhos acreditam ainda não existir.

Seria um spoiler tremendo revelar o que representa esse futuro, mas posso dizer que é revoltante, odioso e leva Darrow a aceitar uma missão: derrubar os Ouros por dentro, por em prática tudo que Eo acreditava. Ele aceita tornar-se algo que ele não é. Uma série de mudanças cirúrgicas e até sobrenaturais de certo modo o transformam em um Ouro. Estou falando de mudanças nos glóbulos oculares e nos dentes (trocam por novos), na densidade óssea (o abrem inteiro para forrar seus ossos) e claro, no comportamento. De novos cabelos e pele à linguajar, montaria e conhecimentos científicos injetados no cérebro. É realmente tenebroso, mas ao final Darrow se assemelha ao diabo e está pronto para fazer a prova de admissão para o Instituto, uma espécie de escola onde os jovens cores treinam para serem alguém na intrincada e majestosa sociedade.

 
Quem curte livros de fantasia em que casas disputam territórios, onde reis e rainhas ostentam castelos e exércitos dominam inimigos até torná-los escravos vai ter incontáveis orgasmos com essa etapa da história. Após serem aceitos pelo Instituto, os alunos são selecionados para integrar casas e participarem de um jogo. É aqui que Darrow é escolhido para a casa Marte e tem que conviver com dezenas de jovens brilhantes que buscam uma única coisa: tornar-se um Primus. O líder de seu castelo. Casas precisam derrubar outras casas e num Olimpo visível no céu, os Inspetores de cada casa ajudam seus pupilos quando a coisa engrossa de verdade. Deu pra captar o sentido desse parágrafo? Os deuses não ajudam ninguém e é tudo muito tendencioso. Na névoa inimigos espreitam e na neve o sangue escorrerá. É eletrizante acompanhar integrantes da mesma casa se dividirem pelo orgulho e pela sede de poder. Darrow fará amigos, inimigos e apanhará para fazer aliados, construir uma legião de soldados e vencer o inverno, a guerra e a própria morte.
Enquanto todos lutam pelo próprio futuro, Darrow batalha pelo futuro de uma casta inteira. Pelos Vermelhos que desconhecem o luxo acima da superfície, por sua família que ainda sobrevive das minas, por Eo que fez de sua morte um aviso e pelos filhos de Ares que construíram um monstro genial.
Não me vi cansado em momento algum (e olha que o livro beira as quinhentas páginas), achei brilhante cada termo criado, teoria explicada e propósito maior defendido e me apaixonei pelos vilões, mocinhos e meios-termos de todo o enredo. São personagens maravilhosos. Titãs mortíferos de coração mole, mocinhas de garra protetoras de segredos, pequeninos homens de habilidades invejáveis, inimigos cruéis e mutiladores. A narrativa é feita em primeira pessoa por Darrow e divide-se em quatro partes.Os cenários são encantadores e o desfecho promete uma sequência ainda mais libertadora. Fúria Vermelha se tornou favorito e ocupa agora um lugar especial na estante.
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