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[Resenha] Fique onde está e então corra – John Boyne

Publicado em 21 jul, 2014

Fique onde está e então corra – John Boyne
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765404
Ano: 2014
Páginas: 224
Classificação: 
Página do livro no Skoob / Compre!

Em meio às tragédias da Primeira Guerra Mundial, o amor é a única arma de um garoto para curar seu pai. Alfie Summerfield nunca se esqueceu de seu aniversário de cinco anos. Quase nenhum amigo dele pôde ir à festa, e os adultos pareciam preocupados — enquanto alguns tentavam se convencer de que tudo estaria resolvido antes do Natal, sua avó não parava de repetir que eles estavam todos perdidos. Alfie ainda não entendia direito o que estava acontecendo, mas a Primeira Guerra Mundial tinha acabado de começar. Seu pai logo se alistou para o combate, e depois de quatro longos anos Alfie já não recebia mais notícias de seu paradeiro. Até que um dia o garoto descobre uma pista indicando que talvez o pai estivesse mais perto do que ele imaginava. Determinado, Alfie mobilizará todas suas forças para trazê-lo de volta para casa.

Aos cinco anos de idade o maior sonho de Alfie Summerfield era ser velho o bastante para tornar-se o braço direito do pai e ganhar a permissão de trabalhar na carroça de leite da família. Quatro anos mais tarde esse sonho fora substituído pelo desejo de que uma guerra tenha sido dada como encerrada até o natal. Aos nove anos Alfie relembra com afinco como sua vida era antes da Primeira Guerra Mundial eclodir, na esperança de que tudo volte ao normal. Na esperança de que ele não seja mais o homem da casa e seu pai George retorne vivo da Guerra que optou fazer parte.
Na época menores de 18 anos não eram obrigados a se apresentarem. Atualmente pouco importa se você é um homem casado perante a igreja e sua esposa está grávida de gêmeos. Em tempo de guerra não há espaço para piedade. Não há espaço para misericórdia. Georgie Summerfield chocou a todos quando se alistou no exército sem que o convocassem. Diferente de seu melhor amigo Joe que se opôs a fazer parte da guerra e matar pessoas, e como consequência acabou sendo preso como um Objetor e visto como covarde fraco pela sociedade. Nos primeiros anos Alfie recebeu cartas de seu pai regularmente, na maioria das vezes ele encarava tudo com um olhar positivo, mas logo as cartas passaram a ser confiscadas pela mãe de Alfie por serem duras demais e fazerem cada vez menos sentido. Há quatro anos George não escreve cartas. Há quatro anos George não manda notícias e durante todo esse tempo nunca tirou uma licença para visitar a família. Ele está em uma missão secreta para o governo e a comunicação é impossibilitada. É o que Alfie custa a acreditar…

Um dos pontos mais interessantes de acompanhar na narrativa são as mudanças provocadas pela guerra. A mãe de Alfie ultrapassa seus turnos no hospital por míseros 0,25 centavos. Centavos que permitem um teto sobre suas cabeças. Eles estavam perigosamente sobrevivendo na fronteira da miséria. Os professores de antes não castigavam tanto os alunos, após a guerra nem um dia se passa sem que uma surra seja aplicada. Toda a atmosfera de medo e insegurança que se apossou da Rua Damley acabou alterando relacionamentos, ou simplesmente os revelando como sempre foram. O Sr. Janáeck e a pequena Kelene foram levados para o isolamento de uma ilha por serem descendentes de Russos e Alemãs. Houve quem apoiasse a medida mas Alfie não suportava a ideia de levar para longe pessoas inocentes. Seus amigos.

Quando Alfie começa a trabalhar escondido como engraxate na estação de trem para ajudar sua mãe nas despesas de casa, revelações importantes mudam o rumo de toda a história. O que realmente aconteceu com seu pai? O que ele pode fazer para mudar essa situação? Tudo voltará ao normal até o natal como todos dizem? Todo o enredo está envolto de ações e decisões guiadas por um único sentimento, por uma única razão. A melhor do mundo todo: amor. Apesar de boa parte dessas atitudes serem perigosas, irresponsáveis e até burras em alguns momentos, é quase impossível não torcer para que tudo dê certo. A guerra dilacerou pessoas por dentro e por fora. Pintou falsas realidades responsáveis por destruir famílias e relacionamentos. Tudo que Alfie quer é seu pai de volta mas nada nunca será como antes. Nunca.

John Boyne preparou o terreno durante todo o desenrolar da trama para na última (última!) frase do livro me fazer chorar feito um bebê. A narrativa é feita em terceira pessoa por Alfie, o dom de narrar estórias de guerra pela visão de crianças é surreal de tão bonito e tocante. Fique onde está e então corra é mais um favorito do autor na minha estante.

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