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[Resenha] No Escuro – Elizabeth Haynes

Publicado em 31 mar, 2014

No Escuro – Elizabeth Haynes
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580572940
Ano: 2013
Páginas: 336
Classificação: 
Página do livro no Skoob

Catherine aproveitou a vida de solteira por tempo suficiente para reconhecer um excelente partido quando o encontra: lindo, carismático, espontâneo… Lee parece bom demais para ser verdade. Suas amigas concordam plenamente e, uma por uma, todas se deixam conquistar por ele. Com o tempo, porém, o homem louro de olhos azuis, que parece o sonho de qualquer mulher, revela-se extremamente controlador e faz com que Catherine se sinta isolada. Amedrontada pelo jeito cada vez mais estranho de Lee, Catherine tenta terminar o relacionamento, mas, ao pedir ajuda aos amigos, descobre que ninguém acredita nela. Sentindo-se no escuro, ela planeja meticulosamente como escapar dele. Quatro anos mais tarde, Lee está na prisão e Catherine, agora Cathy, tenta reconstruir a vida em outra cidade. Apesar de seu corpo estar curado, ela tornou-se uma pessoa bastante diferente. Obsessivo-compulsiva, vive com medo e insegura. Seu novo vizinho, Stuart Richardson, a incentiva a enfrentar seus temores. Com sua ajuda, Cathy começar a acreditar que ainda exista a chance de uma vida normal. Até que um telefonema inesperado muda tudo.

Resenha:
No escuro acabou sendo uma dos livros mais densos e chocantes que li. Denso pela carga emocional, são abordados temas pesados, e chocante por acontecimentos extremos que acontecem durante o enrendo, nunca me deparei com abusos tão cruéis e tocantes. A atmosfera que a autora criou se torna mais assombrosa por ser plausível, por ser tão possível de acontecer. Estamos vulneráveis. Não posso reclamar de aprofundamentos na escrita, as primeiras cem páginas foram bastante arrastadas pois funcionam como uma bela introdução, indispensável para o restante do livro. São nessas cem páginas que o leitor situa-se na estória para aos poucos ficar completamente desestabilizado com o rumo da trama.

É maravilhoso e viciante. A narrativa é feita em primeira pessoa pela nossa protagonista, Catherine, em momentos distintos de sua vida. Os capítulos são intercalados entre passado e presente, é necessário ficar atento as datas que nomeiam os capítulos para não se perder ou confundir-se.


No passado conhecemos Catherine curtindo sua vida como qualquer jovem na flor da idade, noites regadas a sexo, álcool e diversão com os amigos. Sua rotina começa a mudar quando ela conhece o jovem Lee e se apaixona, eles engatam um relacionamento que aos poucos transforma-se em um pesadelo. A indignação que me tomou ao ler diversas passagens desse livro foi, na maioria das vezes, torturante. Desde o momento em que Lee surgiu na estória eu percebi que ele seria um problema. Todas as amigas de Catherine idolatravam o rapaz, o enxergavam como um verdadeiro sonho, um homem para casar. Quando Catherine começa a perder seu espaço, sua liberdade e viver às sombras de Lee, obedecendo-o e sendo submetida a situações desumanas, obviamente nenhuma das amigas acredita nas palavras da moça, nos singelos e discretos pedidos de socorro.

Vocês não tem ideia de onde tudo isso vai chegar, o medo de Cathy torna-se o medo de qualquer leitor. É assustador. Estupros, espancamentos, privações, cárcere. Essas narrações caminham para o momento em que Lee é preso.

No presente acompanhamos uma Cathy que sofre de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e TEPT (Transtorno de Estresse Pós Traumático) e tenta seguir sua vida da melhor maneira que pode após os acontecimentos traumáticos resultantes do relacionamento abusivo que tornou-se seu caso com Lee. Ela cultiva um relacionamento com Stuart, um psicólogo que mora no mesmo prédio e será  uma chance de ouro para amar novamente. Vocês não tem ideia de como nossa protagonista foi afetada, ela passa horas conferindo se trancou todas as portas e janelas de seu apartamento, com o medo de Lee ter invadido seu espaço como fazia antigamente. Ela evita locais cheios demais por receio de encontrá-lo novamente.

A sensação de estar sendo vigiada é constante, inquietante. Cathy teve sua mente destroçada, seu psicológico  afetado gravemente. Ela se resume em uma confusão de sentimentos, de cicatrizes mais profundas que as visíveis. Ela não confia em ninguém.  Essas narrações caminham para o momento em que Lee é solto.

Conseguem perceber? A estrutura que o livro foi construído faz de qualquer leitor um refém. Ao mesmo tempo que uma narrativa expõe tudo que a Cathy sofreu e quem é o verdadeiro Lee, acompanhamos ela tentando reergue-se lentamente e obtendo mínimos sucessos dia pós dia até o momento que o monstro responsável por tudo isso é solto. Livre. Há alguma dúvida de que ele irá atrás dela novamente? O que ela fará? A curiosidade em saber tudo que ela passou cresce a cada página, são tantos detalhes pequenos com consequências gigantes que nem ouso listá-los. Cathy é uma personagem forte que cresce durante todo o enredo e acaba sendo um belo exemplo de superação. Um belo exemplo de coragem.

“De que adiantaria correr, afinal de contas? Não tinha funcionado da última vez, e tampouco funcionaria agora. Eu teria que ficar. Teria que ficar e me preparar para lutar.” Trecho da página 253

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