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As Melhores e piores leituras de 2018 do OMD!

Publicado em 06 jan, 2019

O OMD resenhou 23 novos livros durante todo o ano de 2018. A verdade é que ao reparar nos títulos que ganharam críticas no site percebe-se que a zona de conforto não foi ultrapassada. Suspenses policiais, ficções científicas e histórias de terror ocuparam boa parte da lista e abaixo estão as histórias que mais se destacaram nesse recorte. Aliás, coincidentemente são as resenhas que mais receberam visitas também. Boa leitura!

 

MAIOR SURPRESA DO ANO

A Essência do Mal – Luca D’Andrea 

Não quero imaginar o tanto de gente que desistiu desse livro ao perceber que ele não traria uma história de terror. Pelo menos nenhuma dessas que nossa mente imagina de imediato ao ver o título e a capa da obra de Luca D’Andrea. Eu gostaria de trocar algumas palavras com todos que chegaram a esse ponto. É que no fim das contas, quando eu abandonei minhas inocentes expectativas, as  363 páginas dessa aventura gelada se tornaram um deleite. É, de longe, um dos trabalhos mais bem escritos que já tive o prazer de conhecer. Tudo que um livro precisa para ser completo: personagens cativantes, desenvolvimento sólido, narrativa crescente e questões filosofais sobre vida e morte. Eu não poderia querer pedir mais.

 

MELHOR TERROR DO ANO

Deuses Caídos – Gabriel Tennyson

Sempre me senti orfão de histórias de terror ambientadas em terras tupiniquins. Sabe aquela travada na espinha que só a sensação de proximidade pode causar? Uma chacina envolvendo 30 crianças na Irlanda às vezes não impacta tanto quanto a morte de um casal de idosos num sítio em Maceió, por exemplo. Em Deuses Caídos a história foi ambientada no Rio de Janeiro. O fato de conhecer ou conseguir imaginar com mais propriedade a maioria dos cenários contribuiu muito para a empatia nessa história. Digo isso me referindo aos ambientes comuns, os  surreais (muito bem construídos, por sinal) foram pura imaginação sendo instigada. Um trabalho incrível. Não consegui identificar cenas ou descrições dispensáveis nesse livro. Quem costuma ler sabe que uma pausa na leitura quando as coisas estão mornas demais é a coisa mais comum do mundo. Na obra de Tennysson isso não existe. Não há um segundo de paz sequer. Do início ao fim eu me vi desconfortável, ansioso e vidrado em todas as bizarrices descritas nesse submundo carioca. A curiosidade me fez devorar tudo em pouco tempo.

MELHOR SCI-FI

Sonhos Elétricos – Philip K. Dick

Eu poderia discorrer sobre cada um dos 10 contos que compõem essa coletânea, mas destaco Foster, você já morreu. No texto, ele destaca que a sociologia nos mostrou que o capitalismo tem criado em nós desejos e necessidades que nunca existiram antes. O celular do momento que tira fotos em zil megapixels, o carro que dirige sozinho, a roupa que emagrece… PKD reflete sobre excesso, sobre o necessário e deixa claro que daqui pra frente (desde os anos 1950) cada mísera escolha da evolução humana pode significar o fim. Eu simplesmente adorei todos os textos que li nessa edição da Aleph. Aliás, a publicação aconteceu derivada da série “Eletric Dreams”, lançada neste ano pelo serviço de streaming da Amazon. Vale ressaltar que o autor é mais um dos que não fez sucesso enquanto era vivo. No livro, os roteiristas responsáveis pela adaptação de cada conto dão um parecer sobre suas percepções e mudanças durante o processo criativo.  Admito que alguns comentários são bem bacanas, outros desnecessários.

 

LIVRO PREDILETO

O Sol na Cabeça – Geovani Martins

Geovani Martins foi (não sei se ainda é) morador de algumas favelas no Rio de Janeiro. Cresceu vendo a política de drogas que existe hoje se instalar e envolver moradores, policiais e governo. Não é preciso detalhar esse cenário para imaginá-lo caótico e violento. Desigual, acima de tudo. Um sistema que diariamente acentua classes sociais e as distancia, exclui indivíduos. Aos 26 anos Martins lançou pela Companhia das Letras uma série de relatos que já foi vendida para mais de 9 países. Relatos que transportam mundo afora o dia a dia carioca em formato de ficção. O que fica bem claro para qualquer um que lê, é que a arte imita a vida e as histórias compiladas foram construídas através de memórias. Experiências vividas, vistas e ouvidas. Um tanto que assustadoras.

 

MELHOR AVENTURA

Fortaleza Impossível – Jason Rekulak

O ano é 1987. Nas rádios? Whitney Houston e U2.  Na Tv? Ursinhos carinhosos e Levada da Breca. Na internet? Bem. Ela não existia. Não como a conhecemos hoje. É nesse cenário que Billy Marvin descobre que ter 14 anos pode ser incrivelmente perigoso e emocionante. Aliás, tudo o que li em quase 300 páginas de boas risadas e incredulidade me inseriu numa vibe nostálgica muito forte. Desejei ter vivido um passado onde minha maior preocupação seria ter um exemplar da playboy. Trata-se de uma aventura sobre redenção, perdão, amor e amizade. É sobre o despertar de sentimentos novos, fugas e interrogatórios policiais. É sobre família também. A relação de Billy e sua mãe é algo tocante de acompanhar. Tudo é muito gostoso de acompanhar. Se eu pudesse ser bem radical ao fazer comparações, diria que os fãs de Stranger Things e Jogador #1 possuem um novo livro predileto (sem o tom distópico e sobrenatural de ambos, ok?).

MELHOR HQ

Black Hammer – Jeff Lemire

Em Black Hammer o escritor cria um elenco de personagens cativantes, homenageando todas as histórias de quadrinhos clássicas que já existiram. As melhores, na verdade. E mesmo que você, assim como eu, não entenda ou pesque de imediato as referências (pesquisei um pouco!), o que li nos primeiros seis volumes dessa série – compilados pela Intrínseca nesta edição única – vale muito à pena. É inteligente, ágil e cumpre seu papel de entretenimento.  Porque para uma boa história ser, de fato, bem contada, é preciso mais que texto, certo? Nesse trabalho, Lemire conta com arte de Dean Ormston e colorido de Dave Stewart. Estou até agora impressionado com toda a emoção transmitida nos traços dessa HQ. Falo de estética, de roteiro, de ambientação. Os artistas passeiam por cenários com um profissionalismo de assustar. Há coesão entre o sul bucólico/pacato dos Estados Unidos e o espaço sideral estupidamente científico e  moderno.

DECEPÇÕES DO ANO

Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente – TCD

Não é um livro ruim, de ideias ruins ou histórias mal desenvolvidas. Tenho certeza que elas foram contadas com todo o carinho do mundo por quem as viveu (ou não). Mas é um livro de histórias que não fizeram sentido para mim. Acredito que o grande problema aqui tenha sido a seleção. Eu li mais de 200 páginas até encontrar uma escrita mais robusta e fora do comum. E o comum aqui não é nada muito impressionante, viu? É o básico. Não me conectei. Me vi entediado. Tive a impressão de andar em círculos, principalmente quando o vocabulário chega a ser raso. Tão raso e repetitivo que se compilados em fileira seriam um grande enredo sem meio e fim.

 

A Mulher Na Janela – A.J. Finn

A Mulher na Janela segue a linha de obras como A Garota no Trem e derivados: uma mulher viu algo, mas está desestabilizada emocionalmente para ser uma testemunha válida. O contexto não ajuda no objetivo. É o momento desse cenário no mercado editorial e talvez alguma dessas obras não funcione muito bem quando lidas em intervalos próximos. Fica aí a dica, viu? Minha irmã devorou a obra de A.J. Finn em poucos dias. Já eu, demorei mais do que gostaria por motivos de: não funcionou comigo. Minha expectativa era outra. Li consideráveis 160 páginas até algo realmente empolgante acontecer. A partir disso, a história cresce e entrega boas reviravoltas, mas admito, a impaciência (minha) e lentidão (no texto) pesaram um pouco para mim. Se você procura por uma obra que acontece rápido e apresenta acontecimentos frenéticos não estamos falando de uma.

 

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