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Mais que um romance YA, “Um Milhão de Finais Felizes” trata de assuntos importantes com sensibilidade e humor

Publicado em 06 set, 2018

Um Milhão de Finais Felizes – Vitor Martins
ISBN-10: 8525065374
Ano: 2018 / Páginas: 352
Editora: Globo Alt
Classificação: 

 

Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais, sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas. Mas é quando ele conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.

 

Essa resenha vai ser um texto bem pessoal, talvez seja a mais íntima que já escrevi (acredite, escrevi muitas) e, vamos combinar… Resenhas não deveriam ser tão pessoais assim, né? Mas neste caso é inevitável, afinal não simplesmente me identifiquei com a história, mas também senti como se estivesse revivendo certo período da minha própria vida.

Um Milhão de Finais Felizes apresenta a história de Jonas, um jovem aspirante a escritor que trabalha em uma cafeteria temática onde todos os itens do cardápio são relacionados à fenômenos espaciais. Jonas é parte de uma família (hiper) tradicional e esconde dos pais o fato de ser gay. Ele faz anotações de ideias para possíveis histórias em um caderno e faz parte de um núcleo de amigos que inclui o Dan, que também é gay, e a Isa, que é lésbica.

No início do livro a vida de Jonas está naquela mesmice trabalho/casa, mas ele dá o jeito dele de se divertir com isso, como, por exemplo, desenhar carinhas felizes apenas nos copos de caras que ele ficaria e é em uma situação assim – envolvendo, também, meteoros de queijo – que ele conhece o Arthur. O problema é que um sorriso no copo não é o suficiente para unir os dois e, a partir de então, Jonas passa a esperar que um dia o “Barba Ruiva”, como ele o chama por conta da barba ruiva (dã), volte a visitar a cafeteria.

Sem revelar mais sobre o enredo do livro, Um Milhão de Finais Felizes traz uma história leve que ganha intensidade no decorrer das páginas e entrega um texto com senso de humor que flui muito bem. Os momentos em que Jonas e Arthur estão se conhecendo, na expectativa de se reencontrar e toda a insegurança do início do relacionamento foram muito bem desenvolvidos pelo Vitor Martins, essas cenas ficaram muito envolventes e, eu assumo, depois que cheguei nessa parte eu não consegui parar de ler até que o livro terminasse.

Esse foi o meu primeiro contato com a escrita do Vitor e agradeço muito a mim mesmo por ter me permitido ler essa história. Sinceramente, eu não me lembro de ter me identificado tanto com um livro… algumas coisas menores como o fato de o personagem morar no ABC Paulista, assim como eu, me prepararam para que no final eu visse, praticamente, parte da minha vida escrita naquelas páginas e como isso me tocou! Fico extremamente grato em ver uma história assim disponível para tantas pessoas que precisam de certo refúgio, que precisam enxergar que existe esperança e que, talvez, o caminho para ser feliz não seja exatamente aquele que a gente imagina que é.

UMDFF é um livro emocionante daqueles que deixam uma memória afetiva nítida mesmo depois que a história acaba. Eu li muitos livros na minha vida e eu sei que existe uma infinidade de histórias por aí para serem lidas, mas só depois de ter lido este eu percebi que essa história me faltava, que eu precisava ler algo assim e que pela primeira vez eu me enxerguei completamente em um livro.

Anderson Vidal

Anderson Vidal

Analista de sistemas por formação, leitor de boas histórias por paixão. Penso mais do que falo e não tenho vergonha disso. Raramente me satisfaço com algo que fiz até que eu sinta que dei o meu melhor; Tento me poupar de situações que me trazem coisas ruins. Apesar de tão sistemático, amo viver e amo ler o que faz sentir.

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