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“A Mulher na Janela” traz protagonista agorafóbica e construção lenta

Publicado em 25 ago, 2018

A Mulher Na Janela – A.J. Finn
ISBN-13: 9788580418323
Ano: 2018 / Páginas: 352
Editora: Arqueiro
Classificação: 

Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e… espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle?

A Mulher na Janela segue a linha de obras como A Garota no Trem e derivados: uma mulher viu algo, mas está desestabilizada emocionalmente para ser uma testemunha válida. O contexto não ajuda no objetivo. É o momento desse cenário no mercado editorial e talvez alguma dessas obras não funcione muito bem quando lidas em intervalos próximos. Fica aí a dica, viu? Minha irmã devorou a obra de A.J. Finn em poucos dias.

Já eu, demorei mais do que gostaria por motivos de: não funcionou comigo. Minha expectativa era outra. Li consideráveis 160 páginas até algo realmente empolgante acontecer. A partir disso, a história cresce e entrega boas reviravoltas, mas admito, a impaciência (minha) e lentidão (no texto) pesaram um pouco para mim. Se você procura por uma obra que acontece rápido e apresenta acontecimentos frenéticos não estamos falando de uma.

Escrito por Daniel Mallory sob o pseudônimo de A.J. Finn, o livro encabeçou o #1 em todos os países em que foi publicado, além de ter o direito de adaptação vendido para a Fox. Entre milhões de reais, o autor se tornou um hit lá fora. Inspirado em clássicos como  Janela indiscreta (1954), de Alfred Hitchcock, e escrito durante uma crise de depressão, a obra traz um cenário que explica bem minhas impressões abaixo. É um livro bom que não me cativou, mas pode agradar aqueles que curtem obras menos agitadas e mais conceituais. A Mulher na Janela foi pensada para isso: se distanciar dos best-sellers investigativos e sanguinários, aprofundando-se no teor psicológico dos personagens.

Anna Fox é uma psicóloga infantil das boas. Esteve em todo evento e congresso importante de sua área e atuou de forma relevante num consultório da cidadezinha onde divide sua vida com marido e uma filha. O problema é que não somos apresentados a essa Anna feliz e realizada. O livro é narrado por uma mulher solitária que sofre e luta contra a agorafobia – uma pertubação causada, nesse caso, pelo medo de sair de casa, de estar em locais públicos. Trancafiada em sua própria mansão, ela enfrenta a ansiedade bisbilhotando a rotina de seus vizinhos pela janela. Com uma super máquina fotográfica numa mão e uma taça de vinho na outra, ela não se põe limites.

E é isso.

As primeiras 50 páginas são dedicadas a explicitar o amor de Anna pelo cinema. São citados muitos, muitos filmes clássicos em preto e branco que a maioria de nós nunca ouviu falar. Vai chover referência, se prepare. O fato dela estar sozinha numa casa gigante torna tudo mais sombrio e delicado. Parece que ela foi abandonada e ninguém sabe ao certo o porquê. O contato que Anna tem com o exterior é feito por telefonemas para seu ex-marido e filha. As coisas mudam quando sua nova vizinha tenta se aproximar. A identificação entre Anna e Jane é imediata por vários motivos que fazem mais sentido no fim do livro.

Recomendo essa leitura com uma observação: que tal iniciar a experiência com papel e caneta em mãos? Anote todas as taças de vinho que Anna toma. Se eu soubesse do nível de acoolismo dela teria feito isso eu mesmo. É assustador. Ela praticamente escova os dentes com whisky e janta uma breja com marinada na vodka. É preocupante quando percebemos que as tarjas pretas que ela é obrigada a tomar começam a torná-la agressiva, duvidosa e, no fim das contas, louca.

Seu passatempo é vigiar a vida alheia: ela sabe de cada caso extraconjugal, aquisição e móvel novo de todos os moradores do bairro. Isso também incomoda porque no fim das contas não tem muito impacto nas reviravoltas da narrativa. Então Anna acaba vendo algo terrível acontecer de sua janela. Mas será que realmente aconteceu? Foi uma alucinação causada pelo seu tratamento de saúde ou um crime acaba de acontecer mesmo do outro lado da rua?

Com poucos personagens em cena e acontecimentos bem pontuais, o leitor é obrigado a tentar adivinhar os próximos passos nessa história . Alguns são previsíveis e os que realmente causam espanto acontecem perto do final. Resumindo: temos aqui um clássico livro que dividirá opiniões.

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2 Comentários

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