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Quando estar presente não é físico

Publicado em 09 mar, 2017

É muito bonito defender a ideia de que precisamos dedicar um pouquinho mais do nosso tempo a todos que amamos, mas, meus caros, está cada vez mais difícil administrar isso. Não que eu ame meio mundo de gente. Longe disso. Sou acessível, mas bem cricri com questões de entrega e troca. Mas é que o mundo está cada vez mais cheio de regras de habitação. Não sei onde aceitei esses termos. Tenho certeza que não li nada sobre. Eu durmo mais no transporte público que na minha cama. Como posso me encaixar na vida de todo mundo que tenho apreço?

Digo isso no sentido de existir em todos os espaços e lares que a gente acaba fazendo parte. Alguém consegue? Sem nenhum déficit? Estar presente é quase um cálculo matemático. Como descobrir cosseno e tangente. Um dia eu soube fazer, mas hoje preciso que me lembrem. Não é minha culpa. Apelo, quase sempre, para a regra de três. Sempre me salvou. Acho que deveriam inventar algo do tipo, mas aplicável aos relacionamentos.
São tantos ciclos. Sociais, temporais, mentais. É tanto giro, movimento e correria que às vezes estou aqui pensando em mandar um “Oi, sumido (a). Saudades!”, sincero mesmo, mas me deparo com um e-mail, um trabalho da faculdade, uma demanda no emprego. É um parente doente, um carregador de notebook que quebra, um cabelo que precisa ser cortado. É um feed de Facebook, Instagram e Twitter que te bombardeia com informações borbulhantes sobre qual o seu papel no mundo. Qual pontinho colorido você é na piadinha do universo? Acabo priorizando o que é prioridade. Assim mesmo, bem redundante.
Volto-me para o que é mais urgente agora por que não posso enlouquecer. Estou novo, velho demais e logo em seguida com uma vida inteira pela frente, mas espera um pouco. Falta muito para chegar aos trinta anos? Socorro? Tudo que me afeta, comove e instiga é importante. É meu, né? Sobre mim. Problema ou não, é meu. Compete a mim e apenas eu posso resolver. Ajuda às vezes atrapalha. Equilíbrio. Eu gosto de ficar sozinho também. É bom.
Só queria dizer que acho o máximo voltar e ser bem recebido. Dar aquele olá a um amigo que há semanas não converso e parecer que não estive ausente, sabe? Acho bacana demais me sentir à vontade com quem não é parte da minha rotina agora, mas já foi um dia. É um banho na alma saber que quando algo é bom perdura. Vence uns obstáculos que se multiplicam na vida adulta. Não gosto de cobrar atenção e muito menos dinheiro. Sei que é importante cultivar, regar para não morrer. Penso nisso sempre.
Só queria dizer que estar presente nem sempre é algo físico. Palpável. Reciprocidade é mais do que responder o whatsapp sem demora. Às vezes é lembrar e morrer nisso. Às vezes é uma ligação e um sorvete no fim de tarde.
Felipe Miranda

Felipe Miranda

Sou redator, produtor de conteúdo, freelancer 24h e quase jornalista. Não consigo ficar quieto. Criei o OMD aos 15 anos e de lá para cá já vivi um mundo inteiro de histórias malucas (sem nem sair de casa).

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