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[Resenha] A Fúria e a Aurora – Renée Ahdieh

Publicado em 29 jul, 2016

A Fúria e a Aurora – Renée Ahdieh
ISBN-10: 8525060356
Ano: 2016
Páginas: 336
Editora: Globo Alt
Classificação: 
Página do livro no Skoob

Personagem central da história, a jovem Sherazade se candidata ao posto de noiva de Khalid Ibn Al-Rashid, o rei de Khorasan, de 18 anos de idade, considerado um monstro pelos moradores da cidade por ele governada. Casando-se todos os dias com uma mulher diferente, o califa degola as eleitas a cada amanhecer. Depois de uma fila de garotas assassinadas no castelo, e inúmeras famílias desoladas, Sherazade perde uma de suas melhores amigas, Shiva, uma das vítimas fatais de Khalid. Em nome da forte amizade entre ambas, Sherazade planeja uma vingança para colocar fim às atrocidades do atual reinado.

Resenha:
Vejam bem, eu, que há tempos procrastino essa história pelo receio de encontrar apenas um romance místico e enfadonho, me vi completamente apaixonado pela obra de Renée Ahdieh. É gostoso demais quando o autor mostra logo nos primeiros capítulos a que veio.

Nunca fui um conhecedor dos contos de fadas e histórias afins. Nenhuma delas fez parte da minha infância e As Mil e Uma Noites foi mais uma que eu deixei passar batido. Tudo que eu sabia sobre era irrisório. E acredito que aqui isso foi algo bem positivo, porque até o nome da protagonista é o mesmo da história original: Sherazade. A premissa também é parecida: um rei perverso que dorme  com as mocinhas pela noite e as enforca na claridade da aurora.

Imagine que sua melhor amiga foi morta pela autoridade maior de toda a cidade. Um assassinato frio, calculado e o pior de tudo: esperado. Ela não é a primeira mulher que sofre nas mãos do rei e ao que tudo indica não foi a última. Há muito tempo essa é a realidade de todas as noivas de Khalid. Agora imagine que movida pela vingança você decide se voluntariar para ser a próxima vítima. Imagine que você deixa para trás o homem que amou durante toda a sua vida para ser a próxima mulher de um monstro que desconhece a compaixão. É o que faz Sherazade. Mas ela não está disposta a morrer tão facilmente. Muito menos na primeira aurora. Ela tem um plano: ganhar o coração do califa, fazê-lo confiar nela e aí sim, acabar com um reinado pelas entranhas. Fazer justiça à Shiva, sua amiga, e as centenas de meninas mortas sem razão alguma.

A técnica que ela usa é mesma do clássico. Sherazade começa contando histórias para Khalid. Histórias interessantes demais para que ele a mate sem poder descobrir o final. E assim ela segue, sobrevivendo à auroras com suas narrativas cheias de reviravoltas. Mas a maior reviravolta é a da vida real. Ela se vê encantada pelo rei. Encantada pelos mistérios que ele esconde. Segredos de um passado que pode mudar tudo. Com a companhia de sua camareira Despina, de Jalal, o primo do rei, e vários personagens secundários tão bem escritos que parecem donos da história, Sherazade conquista a confiança de todo o palácio. Claro que não é fácil. É bem difícil. É difícil porque não estava em seus planos se apaixonar pelo assassino que matou a sua melhor amiga. É difícil porque nem todos ao redor do rei o querem no trono. É difícil porque ela não pode morrer apenas pelas mãos do rei.

Mas se todas as complicações que a jornada de Sherazade não trazem emoções suficientes para você, pode ficar tranquilo que há muito mais do lado de fora das muralhas do palácio. O deserto também é palco para planos de vingança. A família da moça nunca foi condizente com a decisão dela de se arriscar. Quanto mais tempo ela passa fora de casa, mais desesperador se torna esperar. É aí que seu pai resolve agir por contra própria e se une às forças malignas. Admito que são as cenas mais assustadoras do livro. Tariq, o primeiro amor de Sherazade, está disposto a invadir o palácio sozinho se for preciso. Vocês acham que ele está preparado para encontrar uma Sherazade apaixonado pelo inimigo?

São poucos os livros que comemoro por serem, na verdade, parte de uma trilogia. A Fúria e Aurora é um deles. Eu não vejo a hora de ter o segundo volume em mãos e descobrir tudo que vai se seguir. Quando o leitor descobre o verdadeiro motivo do rei matar tantas garotas inocentes, tudo passa a ter um significado novo. É um soco no estômago, assim como é o desfecho dessa primeira parte. Narrado em terceira pessoa, o livro possui um glossário para nos familiarizarmos com o vocabulário novo: baba, jan, rey, shamla, badawi, al-khamsa. É uma delícia mergulhar nessa nova cultura e tudo se dá de forma muito natural. O trabalho gráfico que a Globo Alt fez é de encher os olhos. Sherazade e Khalid são, de longe, os protagonistas mais carismáticos de todos os tempos. Leitura favoritada com sucesso.

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