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Livraria Martins Fontes

[Resenha] Krabat – Otfried Preussler

Publicado em 05 out, 2014

Krabat – Otfried Preussler
Editora: Wmf Martins Fontes
ISBN: 9788578276690
Ano: 2013
Páginas: 272
Classificação: 
Página do livro no Skoob / Compre!

Aos quartoze anos, Krabat vai trabalhar em um moinho, ao lado de onze outros serventes. Cada parte desta história corresponde a um ano de permanência do rapaz no moinho. O trabalho é duro e exaustivo, seu mestre é um tirano. Porém, mais do que isso, ele tem um pacto com o diabo. Krabat se vê envolvido em estranhos episódios, em que um poder oculto parece dominá-lo e paira sobre o moinho, constituindo uma ameaça constante a ele e a seus companheiros de trabalho. Finalmente, a salvação chega com a ajuda de uma moça de olhos grandes e meigos, que cantava no coro das meninas da aldeia.

Resenha:
Apesar de não ter uma trama completamente sombria ou extremamente pesada, Krabat não me pareceu o tipo de história que uma criança leria. Um pré-adolescente? Talvez. Os primeiros capítulos do livro já deixaram isso claro para mim. Me questionei de início ao fim o comentário que está presente na contra capa da obra: “Tão emocionante, que as crianças irão devorá-lo e certamente o lerão mais de uma vez”. Acredito que seja uma questão cultural, até mesmo a linguagem da obra não é tão comum assim. Mas uma coisa é certa: independente da idade de quem o leia, Krabat é algo para ser devorado mesmo.

Krabat é um garoto de 14 anos que mendiga pelas ruas o que comer. Quando um estranho sussurro – ou seria um sonho? –  o instiga a sair à procura do moinho de Kolsebruch, ele não pensa duas vezes e, ignorando a má fama que o lugar tem, acaba conseguindo um emprego ali mesmo. Trabalhando com outros onze serventes, tão novos quanto ele, Krabat  descobrirá como o moinho funciona, as tarefas que deve realizar e quais regras obedecer sem questionar. Carregar grãos, limpar a neve, escovar os cavalos, carregar esterco das vacas e moer sem parar. Moer como se não houvesse amanhã. Moer como se o diabo fosse visitá-los a cada lua nova para recolher um carregamento especial… A rotina de domingo a domingo, com direito a pausas às sextas-feiras, não é algo a se comemorar. Afinal, quem comemora uma trabalheira infernal como essa? É exaustiva e torturante.
Se você ficou intrigado com a menção ao diabo, bem, ele faz parte do enredo. O moinho de Kolsebruch, nada mais é que uma escola de magia negra. Todos os doze garotos são aprendizes do Mestre, o homem responsável pela condução do moinho. Ele tem um pacto com o diabo, e os detalhes sobre isso são uma das coisas mais interessantes da trama. Aliás, o Mestre é um personagem bem peculiar. Nunca sabemos quando ele está falando a verdade ou quando se trata apenas de mais uma ameaça oculta e perigosa. Seu temperamento oscila entre “vou dar uma festa” e “quem vou assassinar hoje?”. Seus períodos ausentes do moinho são tão preocupantes quanto os em que faz questão de triplicar a carga horária de trabalho dos jovens.
A narrativa em terceira pessoa é dividida em três partes que representam os anos de formação dos garotos na escola de magia negra. A cada ano eles sobem de nível e aprendem truques e feitiços mais complicados. O interessante é a forma como os ensinamentos são transmitidos: de forma oral. Os alunos devem decorar e assimilar tudo durante a aula enquanto o Mestre lê o Koraktor – livro de magia. Nada é repetido mais que três vezes. Não há segundas chances… Não é obrigação de nenhum aprender mas se eles tiverem o mínimo de bom senso…
De início, as descobertas de Krabat são suficientes para prender qualquer leitor, porém se tratando de uma escola, o padrão anual se repete. Ou seja, tive a sensação de ler a mesma coisa mais de uma vez. Tudo começa a mudar quando um dos serventes morre misteriosamente e Krabat não consegue ao menos rezar pela alma do garoto. É a partir desse fato que nosso protagonista desperta para a real periculosidade do moinho. Suas tentativas de fuga são frustradas, Krabat sempre acaba retornando para o moinho. Como algo maior, e mais forte, que o prendesse àquele local. Krabat não conhece metade das verdades sobre o mestre ou o lugar onde vive. Seria ele o próximo a morrer?
E se toda essa narrativa me pareceu incomum para crianças, as mensagens e a moral da história me fizeram entender os motivos dela ser um sucesso entre os mais novos. São valores realmente válidos e expressos de uma forma lúdica tão apaixonante que se torna automática a assimilação. O amor, no final das contas, pode ser o único capaz de vencer as forças do mal. O próprio diabo! Quanto a liberdade, bem, o valor de ser livre é demonstrado desde o primeiro momento de “Krabat”, afinal é tudo que eles não tem. Confiança e amizade são temas bastante reforçados no relacionamentos dos garotos, que inclusive, são a melhor parte da história. Os personagens dão vida, ritmo e rendem momentos super interessantes. Mais interessantes que o próprio Mestre…
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