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[Resenha] Passarinha – Kathryn Erskine

Publicado em 31 mar, 2014

Passarinha – Kathryn Erskine
Editora: Valentina
ISBN: 9788565859134
Ano: 2013
Páginas: 224
Classificação: 
Página do livro no Skoob

No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As coisas são boas ou más.
Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a máxima que o irmão
mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está morto e o
pai não está ajudando em nada. Caitlin quer acabar com isso, mas como
uma menina de onze anos de idade, com síndrome de Asperger ela não sabe
como. Quando ela lê a definição de encerramento ela percebe que é o que
ela precisa. Em sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto
ou branco, o mundo está cheio de cores, confuso e bonito.

Resenha:
Passarinha é aquele livro que te faz repensar relacionamentos, e não só isso, te faz, de fato, querer muda-los, melhora-los, te faz ver que tem algo errado, algo passando despercebido, sendo deixado de lado. Será que estamos dando a devida atenção que o outro precisa? O livro é narrado por Caitlin, que tem apenas dez anos de idade, é honesta, gentil, lembra de coisas que a maioria esquece, ouve o que a maioria não escuta, é muito boa em desenhar, sofre da Síndrome de Asperger, e prepara uma tigela de cereal sozinha e sem derramar.

Seu irmão, Devon, fora assassinado com um tiro no peito na escola.
As vidas de Caitlin e de seu pai desmoronaram nesse dia.

Agora ela tem de enfrentar uma orientadora educacional que insiste em conversar sobre isso e exige que ela faça amigos de verdade, ampliando assim seu ciclo de amizades para além de um computador, um dicionário e uma Tv. Ela quer que Caitlin aprenda a se relacionar com as pessoas, que ela pratique a empatia, mas nossa protagonista não se diz boa com emoções, mesmo se tratando de uma simples questão de finesse… A empatia pode ser triste. Ela gosta de saber o que vai acontecer depois, de tudo preto no branco, ela evita a instabilidade das cores. Como ser amigo de pessoas que a acham perturbadora? Caitlin não se reconhece como autista e é extremamente inteligente e sincera. Um tipo de sinceridade sem freios e limites, uma sinceridade pura que trará momentos bem peculiares a narração, as características da síndrome são bem ressaltadas nesses trechos. Caitlin tem que lidar com um pai que chora a todo o momento pela perda do filho, um pai que se encontra sem chão para lidar com a situação. No decorrer da trama, Caitlin percebe o verdadeiro sentido da palavra perder: ela acaba de perder o único que a entendia completamente, aquele que repetia como ela poderia se tornar a melhor artista do país com seus desenhos, o único que a ensinou tudo que ela sabia e agora que ele não está mais presente, ela receia não captar nunca mais o sentido das coisas.

Ao se deparar com o significado da palavra Desfecho no dicionário, Caitlin percebe que é exatamente disso que eles precisam. Ela emplaca em busca de algo que funcione como uma conclusão para essa difícil situação. Algo que traga brilho aos olhos de seu pai, algo que o faça sorrir novamente. Devon, enquanto vivo, estava trabalhando com seu pai em um projeto de Escoteiro, que consistia na construção de um armário de madeira. Caitlin enxerga ali um possível desfecho em potencial e tentará convencer um pai resoluto a termina-lo, colocando um final nisso tudo. Um final feliz. Será que eles conseguem? Será que vai funcionar?

Fico olhando para o armário de Devon por que me faz sentir como se um pedacinho dele ainda estivesse aqui. Mesmo sabendo que ele nunca mais vai poder me ensinar a fazer um armário. Que nunca mais vai poder me ensinar nada. Que nunca mais viu vê-lo de novo nem nunca mais vou poder olhar para ele e dizer, Obrigada.” Trecho da página 125.

É uma obra repleta de particularidades, e admito, me envolvo totalmente com livros que transmitem esse aconchego nas páginas, essa sensação de que você, como leitor, foi parte daquilo, que a sua torcida de alguma forma foi capaz de mudar o destino da trama, como uma experiência real. (Até certo ponto é, já que a autora se inspirou em um massacre verídico para dar vida à trama, nas últimas páginas encontramos uma nota explicando as motivações para a escrita da estória.). E o melhor, ao terminar a leitura de obras assim, temos a oportunidade de realmente alterar algumas atitudes que farão toda a diferença em diversos aspectos de nossas vidas, nas vidas dos outros. Estórias tocantes que comovem a ponto de você se ver inspirado a agir diferente. A buscar entender o próximo. Caitlin é linda e apaixonante, mas meu personagem predileto é o pequeno Michael. Que perdeu sua mamãe em uma tragédia e será o primeiro amigo de Caitlin, meu coração não aguentou o desfecho desse livro. Lágrimas foram derramadas. Leiam essa maravilha!

A vida é especial.
Quer dizer… que não só eu que sou especial? Tudo na vida é?
Isso mesmo.

Acho que a boa notícia é que todo mundo vai ter que aguentar ser especial porque todo mundo está vivo.” Trecho da página 197.

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3 Comentários

  • GonçalvesSue
    07 fevereiro, 2014

    A capa me chamou a atenção, e Felipe amei a resenha, quase choro só de ler-la. Gosto de livros que mecham com meus sentimentos, e me faz refletir sobre coisas que é simples, mas que para algumas pessoas é complicado entender. Conheço um pouco da síndrome Asperger porque já li um livro sobre que o personagem também tinha, e acho incrível como a maioria das pessoas que tem essa síndrome são extremante inteligentes.

  • Maria Clara
    27 novembro, 2013

    Hmmmm, que capa maravilhosa, espero ler em breve. Amei a resenha, lipe.

  • Bárbara Bassi
    20 novembro, 2013

    Primeiro, como comentei em outro post, adorei a capa do livro. Depois de ler a sinopse, quis ler. E agora, depois de ler essa resenha, a vontade aumentou ainda mais! Síndrome de Asperger é um assunto super interessante, assisti um filme (Adam) sobre as dificuldades da vida de um cara que tem Asperger, muito bom! Espero poder colocar esse livro na minha estante muito em breve. :3