O Inocente – Harlan Coben
ISBN: 9788580412246
Ano: 2013
Páginas: 336
Página do livro no Skoob
Aos 20 anos, Matt Hunter vive uma noite de horror que ficará para sempre gravada em sua memória. Durante uma festa, ao tentar apartar uma briga, ele mata uma pessoa acidentalmente e é considerado culpado pelo júri. Agora, nove anos depois de ser libertado da prisão, tudo parece ter entrado nos eixos: Olivia, sua esposa, está grávida e os dois estão prestes a comprar uma casa na cidade natal dele. Mas a ilusão acaba quando Matt recebe um vídeo chocante e inexplicável que começa a despedaçar sua vida pela segunda vez. Para piorar, ele começa a ser seguido por um homem misterioso. Em pouco tempo, o perseguidor é encontrado morto e uma freira querida por todos também é assassinada. Quando as pistas apontam para Matt, ele e Olivia são forçados a desafiar a lei em uma tentativa desesperada de salvar seu futuro juntos.
Me recordo que no primeiro contato que tive com a escrita maravilhosa de Harlan Coben, comentei o quanto a quantidade de personagens, situações e detalhes me deixaram um pouco perdido, porém, mesmo assim logo que terminada a leitura, eu havia ganhado um novo autor predileto. O Inocente, é uma estória aparte de qualquer série escrita pelo autor e segue a mesma fórmula certeira de sucesso. Não larguei até termina-lo e admito, é impossível não ficar eufórico com a maestria que o autor conduz suas narrações.
Há nove anos Matt Hunter saíra da prisão após cumprir sua pena, ele fora condenado culpado por matar Stephen McGrath em uma festa de universidade, mesmo alegando veemente sua inocência. Apesar de todos os olhares que um ex-presidiário pode receber, Matt estava indo razoavelmente bem, quatro anos cumprindo detenção por um crime que não cometera pode mudar qualquer ser humano, mas agora que sua esposa encontrava-se grávida, ele tinha a chance de seguir sua vida e esquecer o passado, Matt cultivava planos de uma família feliz. Sua paz é abalada quando ele recebe um vídeo, de sua própria esposa, no celular, nas imagens ela aparece com uma peruca platinada em um quarto de motel com um homem estranho, de sorriso afetado e irritante.
O que estaria acontecendo? Traição? Por que Olivia não retornara suas ligações? Onde estaria sua esposa? Quando Matt começa a ser perseguido, contrata a adorável e controversa investigadora particular, Cingle Shaker para ajuda-lo. Ao analisar as imagens e descobrir que o homem da foto é o mesmo que está seguindo-o, revelações surpreendentes veem a tona… É hora de agir.
Kimmy Dale é uma garota de programa, ou seria senhora?, e dançarina stripper de boates. Anos atrás sua melhor amiga, Candace Portter fora morta por Clyde Rangor, na época, chefe das garotas. Ninguém sabe ao certo o que houve mas desde então, ela não tem notícias de Rangor e segue sua vida como pode. Quando a filha de Candace aparece em sua porta em busca de informações sobre a mãe, que abandonara ao nascer deixando-a para adoção, e afim de vingar a morte da mãe biológica, uma antiga cicatriz no peito de Kimmy volta a doer.
Loren Muse é investigadora do Departamento de Homicídios do condado de Essex e acaba de receber uma tarefa. A Irmã Rose Mary, de 62 anos, fora encontrada morta em seus aposentos no convento onde dava aulas a sete anos, aparentemente a morte se deu por causas naturais. Quando é descoberto que a freira tinha próteses de silicone, a dúvida se instala. Loren Muse está encarregada de descobrir quais as reais intenções da freira, o que escondia e qual estória seu passado contava. Com o decorrer das investigações, fica claro que a freira foi assassinada. Como? Por quem? Qual os motivos?
O que um ex-presidiário, uma esposa adúltera, prostituas mortas e vivas, uma investigadora e uma freira siliconada-assassinada partilham de comum? Muito mais do que vocês imaginam. Os capítulos são intercalados entre o desenrolar das três situações e acreditem, Harlan Coben vai tratar de entrelaçar as narrações, em terceira pessoa, e formar uma grande bola de neve assustadora. Você ficará sem fôlego, eu fiquei. É complicado citar algum personagem que se destaque, até os secundários são primários, cada ponto é indispensável para o desfecho. Quem você julga não importar, ganha uma proporção gigantesca nos capítulos finais.
A fórmula que o autor mantém é viciante, é muita genialidade. Sempre acabo me enganando, quando “acho” que desvendei alguma coisa, o autor mata alguém e eu fico totalmente sem chão. Tem coisa melhor que uma narrativa que te surpreenda a cada fim de capítulo?
Qualquer comentário a mais pode estragar sua leitura, então vou ser bem evasivo. Matt e Cingle agirão por conta própria e irão tentar fazer justiça com as próprias mãos. Geralmente isso nunca acaba bem, e quando se envolve a família… Olivia esconde um passado, será que ela é quem realmente diz ser? A família, na verdade, é o centro de toda a trama. Quando quebram-se promessas as coisas saem de controle. Quando personagens morrem, o sentido é quebrado e tudo ganha um novo significado. Assim como há policiais que acreditam na inocência de Matt, há aqueles que só querem vê-lo na cadeia novamente. Matt acaba envolvido diretamente no assassinato da freira, que por sua vez tem relação com a verdadeira Olivia. Quando o FBI descobre a verdadeira identidade da Irmã Rose Mary, tudo começa a se encaixar… Matt é culpado ou inocente?
“E o que aconteceria com Olivia se a polícia o pegasse?
Não poderia nem mesmo contar a verdade, por mais que quisesse, porque se fizesse ela iria parar na cadeia. E se havia algo que o apavorava mais do que ser preso…
Matt não soube dizer como, mas de repente a arma estava em sua mão.” Trecho da página 232
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