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[Resenha] O oceano no fim do caminho – Neil Gaiman

Publicado em 09 out, 2013

O oceano no fim do caminho – Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580573688
Ano: 2013
Páginas: 208
Classificação: 
Página do livro no Skoob

Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.

 Resenha:
 O oceano no fim do caminho é um mergulho nas memórias mais fantásticas e sombrias de um narrador personagem não identificado, por toda sua narração não saberemos seu nome mas conheceremos a fundo sua terrível infância que ao mesmo tempo que encanta, amedronta e nos faz refletir: o verdadeiro perigo se encontra fora ou dentro de nós? E aquela velha ideia de que os adultos que somos é consequência das crianças que fomos um dia ganha uma roupagem mais profunda, mais delirante. Não pude identificar logo de início o que o autor quis nos dizer com essa estória porém nos agradecimentos ele deixa claro que remodelou sua infância e transformou lugares para dar sentido ao livro. Bem, talvez não faça tanto sentido assim, não em todos os momentos mas com certeza mereceu ser contada e milhares de leitores se identificaram, viram suas infâncias retratadas com perfeição. Não foi o meu caso mas o acúmulo de bons elementos que me encantam em uma narrativa me fizeram adorar a primeira experiência com a escrita de Neil Gaiman.

A casa onde passara sua infância não existe mais, sumira do mapa, fora demolida. A Fazenda Hempstock, porém, poderia ser encontrada no mesmo lugar de sempre, no fim da trilha. Agora com pouco mais de 40 anos de idade,  ele não recordava-se de nada. O lugar onde passara um pequeno trecho da sua infância não lhe era familiar. As lembranças da infância as vezes são encobertas e obscurecidas pelo que vem depois. Mas ao chegar ao lago, tão pequeno, ele lembrou-se de tudo… Não era um lago, ou um mar, era um oceano. Com sete anos ele não tinha amigos, ninguém comparecera a sua festa de aniversário, seu presente e agora fiel companheiro, era um gatinho de pelo preto e macio, Fofinho. Ele tinha livros, vivia neles a maior parte do tempo, uma espécie de refúgio para a solidão: ele era um explorador. Até que um homem se suicidou e deu início a algo. Como se tivesse riscado o fósforo no pavio de fogos de artifício. O mesmo homem que morava no quartinho alugado de sua casa, o mesmo homem que matara seu Fofinho atropelado e o substituíra sem pesar algum. Até que ele começara a ter sonhos ruins e acordar com moedas na garganta. Até que finalmente ele ganhara uma amiga: Lettie Hempstock, que tinha onze anos. Mas a quanto tempo ela tinha essa idade?

“- Ah, falou ela, como se fosse óbvio. – Alguém está só tentando dar dar dinheiro ás pessoas, nada mais. Mas está fazendo isso de um jeito ruim, e está remexendo em coisas por aqui que deveriam ficar adormecidas. E isso não é bom.” Lettie Hempstock em trecho da página 40.

Na companhia de Lettie, os dois tentarão dar fim a esse pesadelo mas retornarão com mais problemas que de início. Ursula Monkton, a nova governanta de sua casa era a encarnação do poder, ela estava em todos os lugares, ela não poderia ser real. Ela era cruel e bela. Ela ganhara a confiança de sua família para depois destrui-la. Ela faz o que faz por que é de sua natureza, ela estava adormecida e agora acordou para dar a todos o que eles realmente querem…

“Eu era um menino de sete anos, meus pés estavam esfolados e sangrando. Tinha acabado de fazer xixi na calça. E a coisa que pairava sobre mim era enorme e voraz, e queria me levar para o sotão, e quando se cansasse de mim faria meu pai me matar.” Trecho da página 102


Em certo momento do enredo, nosso protagonista não saberá se é preferível dormir, estar acordado ou morrer. Sua família é degradada aos poucos por Ursula, que transforma sua vida em um verdadeiro inferno na terra. Com a ajuda das Hempstock, ele terá um lugar seguro e a chance de salva-los, de se salvar. Com um lago que na verdade é um oceano e ao mesmo tempo cabe em um balde médio, mandrágoras e poções mágicas, pássaros vorazes mortais, agulhas que podem retalhar momentos e seres que não fazem parte do universo que compreendemos, eles descobrirão que Ursula nada mais é que uma Pulga que teme Pragas. As perdas são consequências dolorosas, em mim doeu. O oceano pôs fim a tudo mas levou quem deveria ficar…

O que você carrega nas costas e no coração vai refletir nas páginas desse livro. Ele vai funcionar de algum modo em você, leitor. E se não te despertar nada, bem, vai valer pelo entretenimento. Fazendo sentido ou não, recomendo a leitura. Como não querê-lo na estante? Essa capa é fantástica!

“Ninguém realmente se parece por fora com o que é por dentro. Nem
você. Nem eu. As pessoas são muito mais complicadas que isso. É assim
com todo mundo.”
  Trecho da página 129.

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10 Comentários

  • GonçalvesSue
    03 fevereiro, 2014

    Amei a capa e a historia parece se boa..Curti sua resenha

  • Carina Pilar
    16 janeiro, 2014

    Não curti mto este livro, achei a capa maravilhosa, acho que foi por isso que comprei… No fim acabei criando mta expectativa e me decepcionei, achei uma história sem mta profundidade e não me apeguei a nenhum personagem… Foi uma leitura tranquila, mas achei um tanto sem graça =(

    CarinaPilar.com | About the Life

  • Thales
    12 outubro, 2013

    Esse livro é fantástico! *-*

  • Pedro_Almada
    12 outubro, 2013

    Consegui acessar! haha
    Curti sua resenha. Gosto de histórias assim, parece uma autobiografia lúdica do autor, e ainda mais se tratando de Gaiman! E você ainda foi na essência da história e fez uma resenha cheia dessa fantasia. Curti muito! tô com o livro aqui, emprestado de uma amiga, mas ainda vai levar tempo até que eu consiga ler, com tantos outros na frente =
    ótima resenha, parça!

    abração!

    Pedro Almad
    Inspirados, O berço das Grandes Ideias
    http://inspirados-oandarilhodotempo.blogspot.com.br/

  • Jéssica Antunes
    12 outubro, 2013

    Uau que resenha!
    Parece ser lindo de mais esse livro, fiquei ansiosa para ler.

  • Anônimo
    12 outubro, 2013

    Eu ainda não li nada do autor, mas fiquei super empolgada com sua resenha, deu curiosidade de conhecer o livro.E está capa é fantástica!!

  • cristiane
    11 outubro, 2013

    A capa é fantástica mesmo!! Eu ainda não li nada do Neil Gaiman infelizmente, quero começar por ele. Parece ser uma história maravilhosa mesmo.

  • Ariana Oliveira Gomes
    11 outubro, 2013

    Preciso ler algo do Neil Gaiman, tenho Lugar Nenhum aqui, mas tenho uma enorme vontade de começar por este. E sua resenha só aumentou mais ainda meu desejo, gosto de livros com está proposta e com certeza ele me despertará muitas lembranças.
    Só preciso comprá-lo. kkkkkkk…

  • Poison Girl
    09 outubro, 2013

    Esse livro parece ser bem interessante, talvez eu o leia, ele vai ser algo bem diferente do que realmente estou acostumada a ler. Esse livro me ganhou no momento em que você colocou em sua resenha um ponto que te fez refletir: os adultos que somos é consequência das crianças que fomos um dia. Isto é exatamente o que penso! Por isso sou contra pais que batem em seus filhos ou chamam palavrão com eles, pois isto vai os levar a ser crianças revoltadas. Por isso existe tanta criminalidade, pois essas crianças foram criadas em meio a isto, então para eles é como se fosse o correto.

  • Michelle Agda
    09 outubro, 2013

    Sinceramente, me apaixonei por esse livro. Não é sempre que encontramos por aí livros desse gênero, que uma pessoa já adulta conta memórias da sua infância. 'O Oceano No Fim do Caminho' entrou pra minha lista de leitura 🙂