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[Resenha] O caçador de pipas – Khaled Hosseini

Publicado em 07 set, 2013

O caçador de pipas – Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira
ISBN: 9788520920343
Ano: 2005
Páginas: 368
Classificação: 
Página do livro no Skoob

O caçador de pipas é considerado um dos maiores sucessos da literatura mundial dos últimos tempos. Este romance conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar a última chance, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas vinte anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.

O cenário escolhido por Hosseini para ambientar sua estória foi o Afeganistão. Considerado o país mais perigoso do mundo devido seus longos e constantes períodos de guerra, o autor escreve sobre companheirismo e fidelidade, honra e amor.A mãe de Hassan fugiu uma semana após dar a luz, já a de Amir não resistiu a uma hemorragia durante o parto. Os dois mamaram do mesmo peito, deram os primeiros passos na mesma grama do mesmo quintal e sob o mesmo teto disseram as primeiras palavras. Apesar de viverem boa parte da infância juntos, Amir não pensa em Hassan como um amigo, talvez pelas diferenças étnicas e religiosas, mas ele não pode fazer nada em relação a isso. Hassan é um Hazara, um povo de origem mongol considerado de uma casta inferior aos Pachtuns, a qual Amir pertencia. O que torna o livro mais interessante é justamente essa apresentação de toda a cultura afegã, todos os hábitos cultivados pelo povo, as festas, os costumes, as comidas, a organização política, e principalmente o vocabulário, são muitas expressões desconhecidas.

Hassan era incapaz de machucar quem quer que fosse, apesar de sofrer comentários maldosos pela sua aparência, ele é puro e fiel, um personagem tão bem construído que alguns momentos eu só queria abraça-lo. Ele era analfabeto como todos os Hazaras, e entre tantas coisas que faziam juntos, Amir lia para Hassan, sempre com brincadeiras um tanto que maldosas mas foi em uma dessas que Hassan despertou em Amir a vontade de escrever. E era sempre assim, enquanto Hassan era inteiramente fiel e bondoso, Amir era covarde e ciumento, suas mentiras envenenavam a vida de todos ao seu redor. É inacreditável a sucessão de reviravoltas que acontecem a partir das maldades “fundamentadas” de Amir.

Talvez um dos pontos que me fez simpatizar com ele fora o fato de seu pai ser frio e distante, os livros funcionam como um refúgio para a culpa de Amir, ele sente que seu pai o responsabiliza por ter matado a mãe. Meio revoltante essa situação, enquanto um filho venera o pai quase que religiosamente, o pai não dá valor ao filho e chega a considera-lo uma decepção por não corresponder as suas expectativas. Essa e várias situações me tiraram do sério, a principal aconteceu durante o campeonato de pipas, uma velha tradição do inverno no Afeganistão, onde o torneio só acaba quando uma única pipa vencedora estiver voando no céu.

O auge do livro acontece aqui, o ponto central, onde a vida de nossos personagens mudam, Amir opta por ser um covarde afim de conquistar seu pai e trai a confiança de Hassan, justamente ele, que repetira tantas vezes que faria aquilo mil vezes se fosse preciso. Hassan passa a circular pelas beiradas de sua vida e o abismo entre Amir e seu baba está retornando. A guerra no país está dando seus primeiros passos e uma série de tragédias me fez ficar perplexo a cada capítulo.Foi demais pro meu coração apertado e foi apenas o começo.

“Talvez Hassan fosse o preço que eu tinha que pagar, o cordeiro que tinha de sacrificar, para conquistar baba. Era um preço justo? A resposta ficou pairando na minha mente consciente até eu conseguir reprimi-la: ele era apenas um azara, não era?” Trecho da página 83

Se tratando de um romance realístico, as tristezas e devastações da estória foram mais impactantes para mim, acredito que para qualquer leitor, os massacres, as perseguições, as fugas, a verdade do que aconteceu e acontece nas ruas do Afeganistão, é tudo tão pesado e o autor descreveu tudo de forma brilhante, comovente. As lembranças de como tudo era antes, durante e após a guerra deixa a leitura dinâmica. Sou obrigado a achar que os personagens poderiam ter sido poupados de tantos sofrimentos, quando as coisas pareciam ter melhorado… os problemas triplicavam.

A trama nos guarda várias surpresas. Apesar de Amir ter atitudes detestáveis, odiáveis, indignas, ele é cheio de defeitos como qualquer um, é fácil julga-lo e isso me fez perceber quem ele era de verdade, ele era um homem de coração bom. Algo errado feito na infância conduziu sua vida a um caminho cheio de torturas, de todas as formas. Mas é possível ser bom de novo, é possível consertar alguns erros, alguns, outros não.

O Caçador de pipas é impecável e minha resenha não vai transmitir isso, apenas leiam.

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16 Comentários

  • GonçalvesSue
    07 fevereiro, 2014

    Ainda não tive a oportunidade de ler o livro, mas assisti ao filme e fiquei emocionada..Sua resenha expressa bem o que senti com o filme, então só me resta ler o livro para saber + sobre a estória.

  • Desbravadores de Livros
    19 novembro, 2013

    Realmente. A leitura é densa, pesada. A leitura é carregada de lágrimas que o autor nos proporciona.
    Um livro emocionante e que merece ser lido realmente.
    Adorei tua resenha. E, com certeza, por mais que falemos muito, ainda será pouco, comparado a intensidade da estória.

    http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br

  • Anônimo
    03 outubro, 2013

    Olá Felipe !! Como já tinha te falado, li este livro a muitos anos atras e quase já não me lembrava mais, somente lembro que amei demais a historia e me emocionei demais com ela.E quando li sua resenha pude ir me lembrando da historia e como ela tocou meu coração!! Parabéns pela resenha e espero poder reler o livro assim que puder!!

  • Loriany Gottardi
    01 outubro, 2013

    Não é um dos melhores que li, mas gostei

  • Poison Girl
    26 setembro, 2013

    Eu juro que tentei ler este livro duas vezes, mas em todas elas eu o abandonei! Não consegui e muito longe, fiquei entediada! Na primeira vez fui ajudar meu irmão, porque a escola passou ele, então fui ler junto com ele para responder algumas tarefas, mas eu não suportei a chatice!

  • Ariana Oliveira Gomes
    20 setembro, 2013

    Outro livro que tá mofando em minha estante mas ainda não tive coragem de ler, faz vergonha, eu sei…
    Amei sua resenha e saiba que ela me deixou com uma mega vontade de pegar este livro na estante e reparar meu erro, prometo que até o fim do ano venho aqui dizer o que achei sobre ele.

  • Maria Ferreira
    15 setembro, 2013

    Li esse livro e posso afirmar: que livro bom!

  • Mariana Medeiros Miguel
    11 setembro, 2013

    Emprestei o meu livro para o meu chefe.
    Ele nunca vai me devolver, eu sei =/
    triplobooks.blogspot.com.br

  • Alessandra Tapias
    10 setembro, 2013

    Isso é o que eu chamo de livro-corta-pulso.
    Eu tenho ele faz um tempão, mas ainda não tive coragem de ler.
    Sei que vou chorar, tenho que estar muito bem pra me aventurar pelas histórias do Afeganistão.

    Amei a resenha!!

    Bjkas

    Lelê Tapias
    http://topensandoemler.blogspot.com.br/

  • Vanessa Chanice
    09 setembro, 2013

    Esse livro é um clássico sui generis, sem mais. Quaisquer palavras para tentar descrevê-lo serão em vão, porque ele é indescritível <3 Eu li esse livro quando era bem novinha então me marcou bastante, fiquei muito impressionada com tudo e preciso reler, mas uma das cenas que eu nunca esqueci foi quando ele fala das noites de Yelda. Extremamente poético!
    Beijos

    http://www.centraldaleiturablog.blogspot.com

  • Michelle *-*
    08 setembro, 2013

    Livros que contam histórias que ocorreram há décadas atrás chamam muito minha atenção, como por exemplo, 'O Menino Do Pijama Listrado', baseado na Guerra Mundial.
    'O Caçador de Pipas' passa-se no Afeganistão, país conhecido por muitas guerras e tal.
    Simpatizei MUITO com esse livro 🙂

  • Yasmin
    08 setembro, 2013

    Ahhh amo esse livro,Felipe.Como vc relatou mto bem na resenha, as tristezas e devastações causam aquele impacto mto grande no leitor.Não tem como não se emocionar com esse livro.É um marco pra vida toda,sem dúvida.
    Bjos 🙂

  • Thales
    08 setembro, 2013

    Esse livro é demais!! Muitas emoções *-*

  • Ingrid Joyce
    08 setembro, 2013

    Nossa, fiquei muitooooo chocada e emocionada e tipo.. uma mistura de emoções quando li esse livro <3.

    sonholiterario.blogspot.com