O menino que via demônios – Carolyn Jess-Cooke
Editora: Rocco
ISBN: 9788532528131
Ano: 2013
Páginas: 384
Classificação:
Página do livro no Skoob
Autora de O diário do anjo da guarda, a irlandesa Carolyn Jess-Cooke se volta para seres menos iluminados, mas tão fascinantes quanto em O menino que via demônios. O romance conta a história de Alex, um garoto de 10 anos que, desde a morte do pai, tem como melhor amigo um demônio de nove mil anos. Após a tentativa de suicídio da mãe, Alex conhece Anya, uma psiquiatra infantil que sofre com a esquizofrenia da própria filha. Ao longo do tratamento de Alex, porém, Anya passa a questionar suas próprias certezas: seria ele esquizofrênico ou o garoto realmente é capaz de ver demônios?
Resenha:
Ansiava por uma leitura desse gênero há um tempo.
Cindy não é um exemplo de mãe a ser seguido, após a morte do marido ela já tentara suicídio algumas vezes, várias delas onde Alex, seu filho de 10 anos, presenciara. Cindy é aquele tipo de personagem que sinto ódio e ao mesmo tempo sinto pena, acho que a vida pode ser realmente mais difícil quando perdemos quem amamos mas num papel de mãe, eu esperava que ela se sustentasse pelo filho, Alex é um garoto incrível mas o ambiente familiar o fez amadurecer rapidamente. Ele está vivendo Horácio em uma adaptação para o teatro, de Hamlet e suas piadas são realmente péssimas como devem ser. Não foi apenas para sua mãe que as coisas mudaram após a morte de seu pai, desde então Alex é amigo de Ruen, um demônio de nove mil anos que fale mais de seis mil idiomas e se apresenta de formas diferentes, como um garoto, um velho ou um monstro. Ninguém além de Alex pode vê-lo, todos acham que Ruen se trata de um amigo imaginário pelo fato de Alex ser solitário, mas eu tive minhas dúvidas, mesmo ele sendo de fato sozinho.
Ruen quer que Alex mate alguém.
É o único jeito…
Talvez Alex não tenha valor algum e jamais seja alguém ou construa algo na vida…
Quando Cindy comete mais uma tentativa de suicídio, Alex é posto em observação e se iniciam uma série de consultas e tratamentos para tentar resolver a questão: Alex é capaz de ver demônios ou sofre de alguma doença mental, esquizofrenia? Os responsáveis por esse processo serão a psiquiatra infantil, Anya e o assistente social, Michael. É peculiar dizer que Michael tinha um amigo imaginário quando criança e que Anya, perdeu mãe e filha para a esquizofrenia. Ambos contém bagagem e conhecimento a respeito, mas acreditar que demônios existem e interferem tão diretamente na vida de uma criança…
Ruen é assustador, ele fará Alex ver, sentir e fazer coisas, até o desfecho do livro garanto que todos que lerem terão momentos angustiantes. Um dos capítulos mais esperados por mim é quando Ruen faz perguntas a Anya por intermédio de Alex, foi muito sombrio. Foram nesses momentos que percebi que por mais que a ciência explique centenas de coisas há horas em que exorcizar seus próprios demônios depende apenas de você. Superar, seguir em frente, aceitar, enxergar com outros olhos, encontrar todas as respostas. Para mim, Alex via sim demônios, Ruen era real e só existia por questões mal resolvidas, por pensamentos presos e ideias erradas.
Os capítulos são intercalados entre narrações de Alex e Anya. Foi uma leitura gostosa que me envolveu completamente. Um dos melhores livros do ano.
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